Três semanas após anunciar primeira medida, Maia vive momento crítico
Prefeito de Maringá Ulisses Maia | Foto: CMM/Arquivo

Balanço

Três semanas após anunciar primeira medida, Maia vive momento crítico

Política por Victor Simião em 08/04/2020 - 15:43

Prefeito de Maringá tem visto setores obterem liminares na Justiça para funcionaram, algo que ele não concorda. Além disso, críticas vindas Legislativo e atuação da Guarda Municipal em relação a um comerciante se tornaram pedra no sapato em meio à pandemia da Covid-19.


Ouça a reportagem completa:

 

18 de março de 2020. Em uma coletiva de imprensa, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, e o secretário de Saúde, Jair Biato, anunciaram o primeiro decreto visando o combate ao coronavírus. A partir do dia 20, comércio, shoppings, bares e restaurantes deveriam fechar para evitar o contato entre as pessoas por 30 dias. [ouça no áudio acima] 

08 de abril de 2020. Dois fatos chamam a atenção: críticas por parte do Legislativo e a atuação da Guarda Municipal em relação a detenção de um comerciante atingem a imagem do prefeito Ulisses Maia.

Em três semanas de medidas de combate à Covid-19, com 10 decretos já publicados, cerca de 40 testagens  positivas para o coronavírus e duas mortes, muita coisa aconteceu em Maringá. A CBN relembra alguns dos fatos.

O primeiro deles foi a reação da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) e do Sivaamar, o sindicato dos comerciantes. No mesmo dia do anúncio, os presidentes das entidades procuram Ulisses Maia. Na avaliação deles, a medida tomada deveria ter sido discutida antes com o setor produtivo. Uma reunião foi feita. Após a reunião, em público, Acim e Sivaamar disseram ter entendido as medidas tomadas. No bastidor, Maia foi muito criticado. 

Ao longo desse período, mesmo com medidas financeiras anunciadas, como aumento de prazo no pagamento de impostos locais, os empresários começaram a se articular e demonstrar insatisfação. No dia 26, houve um buzinaço de empresários, pedindo a reabertura do comércio local. Era o primeiro indício da temperatura aumentando para Ulisses Maia. O prefeito, entretanto, seguia dizendo que seguiria com o isolamento social.

Naquele mesmo dia, em uma atitude entendida como para responder aos empresários, a prefeitura divulgou pela primeira vez o fato de que crianças tinham suspeitas de coronavírus. 

No esteio da carretada, entidades do setor produtivo assinaram um documento pedindo a reabertura gradual do comércio. Por outro lado, entidades sociais e conselhos municipais reforçaram a necessidade do isolamento social, dizendo apoiar a Prefeitura de Maringá. 

Já havia, portanto, uma animosidade entre empresários e prefeitura. O tempero político foi adicionado um dia depois. 

No fim daquele mês, no dia 27, o presidente da Câmara, Mário Hossokawa, em entrevista à CBN, disse que o prefeito Ulisses Maia não queria ouvir os vereadores. Foi a primeira crítica pública do Legislativo ao Executivo. [ouça no áudio acima]

No mesmo dia 27, Maia, também falando à CBN, disse estar aberto ao diálogo, mas que não mudaria decisões. [ouça no áudio acima]

A fala pública foi a primeira manifestação clara de uma crise entre os poderes em meio à Covid-19. Aliás, até dias antes, Câmara e Prefeitura estavam juntas após a aprovação de uma reajuste salarial de quase 5% - medida muito criticada por ter sido feita em meio a uma crise.

Em abril, preocupados com a situação financeira, empresários começaram a acionar a Justiça. Alguns conseguiram liminares. Padarias, açougues e peixarias, por exemplo, foram autorizadas após o Tribunal de Justiça dizer que poderiam funcionar. Aí, Maia recuou e alterou um decreto que proibia o funcionamento. 

Outros setores têm feito o mesmo. Ou então, têm externalizado críticas. O Sivaamar, nesta semana, informou à CBN ter ficado frustrado com a reabertura mínima do comércio. E, mais uma vez, disse que falta diálogo. 

E aí, chegando essa terceira semana, dois fatos chamaram a atenção. 

Na noite de terça-feira (08), um áudio do presidente da Câmara, Mário Hosokawa, vazou, com críticas, novamente,  à falta de diálogo por parte da Prefeitura. 

Na terça-feira, aliás, durante a tarde, guardas municipais teriam exagerado na força. Foi durante uma fiscalização em que tentavam conter um comerciante que teria tido uma reação à abordagem. O homem acabou desmaiando. Aí, desde então, o Prefeito Ulisses Maia tem sido alvo de muitas críticas, seja na imprensa, seja nas redes sociais.

Enquanto isso, políticos de oposição e pré-candidatos utilizam o momento para criticar decisões da Prefeitura de Maringá. 

Em relação à população, há quem apoie e há quem critique, claro.  

Outros setores, como o da cultura, tem sentido falta de apoio por parte do poder público no momento. E há idosos que têm reclamado das estratégias de vacinação contra a gripe. 

Esta terceira semana é um momento é de fritura.

Ulisses Maia tem dito que seguirá trabalhando pelo isolamento social para evitar propagação da Covid-19. O entendimento é o mesmo da Organização Mundial da saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. 

 

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