Mandaguaçu tem o maior índice de mortalidade infantil da região; Maringá, o menor
Imagem ilustrativa/Foto: Dominika Roseclay/Pexels

DataSUS

Mandaguaçu tem o maior índice de mortalidade infantil da região; Maringá, o menor

Saúde por Iasmim Calixto/GMC Online em 08/02/2023 - 10:58

A cidade de Mandaguaçu tem o maior índice de mortalidade infantil da microrregião de Maringá. Entre as cidades de Marialva, Paiçandu, Mandaguari, Sarandi e Maringá, o município de pouco mais de 23 mil habitantes tem uma taxa de mortalidade de 24,04 mortes a cada mil nascidos vivos. Os dados são de 2021 e foram disponibilizados por meio do DataSUS.

Já Maringá tem a menor taxa de mortalidade infantil da microrregião. No município, a taxa é de 8,28 mortes a cada mil nascidos vivos.

Confira, abaixo, a taxa de mortalidade infantil dos municípios da microrregião de Maringá, atualizada em 2021 pelo DataSUS e disponibilizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

MUNICÍPIO        TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL

Mandaguaçu      24,04 (a cada mil nascidos vivos)

Mandaguari        15,70 (a cada mil nascidos vivos)

Marialva             13,70 (a cada mil nascidos vivos)

Maringá               8,28 (a cada mil nascidos vivos)

Paiçandu             9,76 (a cada mil nascidos vivos)

Sarandi              12,43 (a cada mil nascidos vivos)

Em nota, a Secretaria de Saúde de Mandaguaçu informou que a mortalidade infantil é uma das principais preocupações do município.

“As mortalidades materna, fetal e infantil, ainda representam um desafio a ser enfrentado, permanecendo como uma das principais preocupações em saúde pública, pois apresentam correções direta com a qualidade da assistência em saúde e com as condições de vida em geral da população.
Por isso o município vem trabalhando intensamente na capacitação dos profissionais envolvidos direta e indiretamente relacionadas a assistência à saúde, com a adesão ao programa Rede Mãe Paranaense e a discussão dos casos com o comitê de mortalidade infantil e outros setores, articulando ações baseadas em indicadores para diminuir esses óbitos. Baseado nisso, a Secretaria de Saúde busca melhorar as condições sensíveis à saúde da população, assim suprir e sanar as dificuldades elencadas nas pactos e ações a serem atingidas.”

Em entrevista ao GMC Online, a coordenadora de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, Rita de Cassia Pereira Carvalho comentou sobre as ações da rede de atenção à saúde da mulher de Maringá. Confira.

GMC Online: Quais são as ações voltadas à saúde que fazem com que Maringá tenha o menor índice de mortalidade infantil da nossa microrregião?

Rita de Cassia: A rede de atenção à saúde da mulher em Maringá está organizada com a definição clara do fluxo de atendimento e encaminhamento das gestantes. As gestantes são classificadas já nas primeiras consultas em baixo, médio e alto risco. Os profissionais estão capacitados para, em qualquer momento da gestação, realizar a reclassificação do risco gestacional e encaminhamento para alto risco, caso necessário. Com esse organograma é possível identificar precocemente complicações gestacionais que podem levar o óbito fetal.

Em dezembro do ano passado, Maringá recebeu a certificação Selo Ouro, do Ministério da Saúde, pela eliminação da transmissão do vírus HIV de mãe para filho(a), a chamada transmissão vertical. A certificação reflete a qualidade da assistência do município em relação aos atendimentos pré-natal, parto, puerpério e segmentos da criança, além de reconhecer o processo de trabalho realizado pelos profissionais da saúde.

No que se refere à diminuição da mortalidade infantil, o município de Maringá atende o compromisso assumido pelo Ministério da Saúde junto à Organizações das Nações Unidas (ONU) e se mantém atuante dois comitês. Um deles é o Comitê de Verificação do Óbito, que visa avaliar a situação e distribuição dos óbitos maternos, infantis e fetais, seus componentes e fatores de risco, bem como a qualidade da assistência à saúde prestada na atenção básica, intensificando a capacitação nas áreas de maior vulnerabilidade. Os relatórios desse comitê contribuem para uma melhor atuação da atenção primária, seja pela intensificação da busca ativa através da visita domiciliar, orientações em saúde, encaminhamentos ao alto risco e incentivo à prevenção através do autocuidado.

O outro é o Comitê de Verificação e Acompanhamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis, que podem acometer as gestantes. Esse comitê tem por objetivo acompanhar as gestantes que foram expostas a Sífilis e ao HIV na gestação. As crianças que foram expostas são acompanhadas com exames laboratoriais e acompanhamento de puericultura por dois anos.

GMC Online: Há algum projeto sendo desenvolvido para diminuir ainda mais esses índices?

Rita de Cássia: Estamos aprimorando a interlocução entre todas as instituições, incluindo as Unidades Básica de Saúde (UBS) e maternidade, com a finalidade de garantir a execução das medidas apontadas para reduzir os índices de mortalidade materna, infantil e fetal.
Além disso, a gestão municipal tem investido em ações de sensibilização à população para o pré-natal odontológico, que visa garantir a saúde da mãe e do bebê, visto que, durante a gestação, a mulher sofre alterações hormonais que podem influenciar na saúde bucal. O atendimento odontológico ocorre em livre demanda às gestantes do município.

A Secretaria de Saúde de Maringá também tem intensificado o monitoramento e acompanhamento das crianças que foram expostas à sífilis e o HIV na gestação. Além de investir em ações para fortalecer os Comitê de Aleitamento Materno e Estímulo ao Parto Normal.

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