CBN Rural

Um dos eventos mais trágicos da agricultura estadual, a geada negra de 1975 completa 50 anos neste dia 18/7 e, para recordar o episódio, o CBN Rural conversou com produtores sobre o assunto. Segundo Antônio Gomes Souza Neto, da comunidade Guerra em Maringá, o vento estava tão frio no dia anterior que o verde dos cafezais começou a ganhar outra cor, o preto, exalando um cheiro de queimado. “Eu vi nossos vizinhos chorando”, conta. Para Horácio Zotto, cuja família tinha uma roça de café na gleba Pinguim, o jeito foi tentar refazer a lavoura e ele diz sentir saudades daqueles tempos, pois havia fartura. Por sua vez, Afonso Akioshi Shiozaki, que na época trabalhava na revenda de tratores na empresa Transparaná, o geada “foi um mal que veio para bem”, pois a cafeicultura vinha enfrentando muitos problemas e, ao ser substituída pelas lavouras mecanizadas de grãos, a economia regional e do Paraná se fortaleceram.

Para se ter uma ideia da devastação causada pela geada, a professora aposentada Dora Maria Almeida Doris, que se casou no dia 19 na região de Presidente Prudente (SP), um dia após a geada negra, lembra que por toda a extensão na viagem em lua de mel até Poços de Caldas (MG) estava tudo queimado: “Um cenário de muito tristeza”.

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