As quatro vítimas, que haviam saído de São Paulo para cobrar uma dívida, foram encontradas mortas em uma propriedade na zona rural de Icaraíma. Os homens estavam desaparecidos desde agosto, mas os corpos só foram localizados no dia 18 de setembro.
O caso mobilizou a região e repercutiu nacionalmente. As vítimas foram identificadas como Diego Henrique Affonso, Rafael Juliano Marascalchi, Robishley Hirnani de Oliveira e Alencar Gonçalves de Souza Giron.
A advogada Josiane Monteiro, representante das famílias das vítimas, afirma que o tempo decorrido sem prisões e sem respostas concretas amplia a dor dos parentes e reforça a sensação de impunidade. [ouça o áudio acima]
A defesa dos investigados, Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Buscariollo, alvos da cobrança e suspeitos de terem cometido os assassinatos, afirma que enfrenta dificuldades para acessar os documentos da investigação e critica o que considera falta de transparência. O advogado Renan Farah disse que ingressou com um pedido de revogação da prisão temporária e de habilitação no novo apenso do inquérito, que permanece sob sigilo. [ouça o áudio acima]
Em resposta, a Polícia Civil esclareceu que não há novo inquérito policial, mas sim medidas cautelares apensadas ao procedimento principal, que permanecem sob sigilo por conter diligências em andamento. A instituição afirma que a manutenção do sigilo está de acordo com decisão judicial e segue o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que autoriza o sigilo de diligências não concluídas.
Em resposta a questionamentos de jornalistas sobre a conclusão do inquérito, a polícia diz que os trabalhos podem perdurar por meses, diante da complexidade do caso e do volume de informações arrecadadas durante as investigações
A Polícia Civil ainda divulgou o histórico de registros policiais das vítimas e dos investigados, explicando que a medida visa verificar uma possível ligação com o crime organizado, hipótese que ainda está sendo apurada. Segundo a investigação, Antônio Buscariollo tem passagens posse ilegal de arma de fogo enquanto o filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, não tem registros policiais.
Quanto às vítimas, Diego Henrique Affonso tem registros por ameaça, estelionato, difamação, apropriação indébita e violência doméstica entre 2018 e 2024; Rafael Juliano Marascalchi tem antecedentes por tráfico, tentativa de homicídio e ameaças e Robishley Hirnani de Oliveira tem registros de estelionato, ameaça, crime ambiental, lesão culposa e embriaguez ao volante. Alencar Gonçalves de Souza Giron não tem passagens pela polícia.
A corporação também negou que o sigilo ou a demora sirvam para beneficiar suspeitos, afirmando que o sigilo garante o êxito das investigações e evita que criminosos saibam as linhas de apuração.