Agente do Deppen é preso na Operação Money Poup do Gaeco

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Agente do Deppen é preso na Operação Money Poup do Gaeco

Segurança por Luciana Peña em 11/06/2024 - 13:32

A prisão foi em flagrante. O detido era alvo da operação e com ele foi encontrada uma grande quantidade de munição importada ilegalmente. Segundo o Ministério Público, ele é sócio-laranja de uma empresa que se beneficiava do esquema de informações privilegiadas que funcionaria na Ciretran de Sarandi.

A Operação Money Poup cumpriu 37 mandados judiciais, em Maringá, Sarandi e Santa Fé, nesta terça-feira (11).

A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, começou em março do ano passado.

Os alvos dos mandados cumpridos nesta terça são oito pessoas físicas e quatro empresas.

Durante busca e apreensão na residência de um dos alvos, os policiais encontraram uma grande quantidade de munição importada de forma ilegal.

O dono da munição foi preso em flagrante. Ele é servidor público do Departamento de Polícia Penal (Deppen) e também é investigado na Operação Money Poup.

A suspeita é de que ele seria um sócio-laranja de uma empresa que recebia informações privilegiadas sobre condutores de veículos a que só a Ciretran de Sarandi tinha acesso.

É o que diz o promotor de Justiça Marcelo Alessandro Gobbato.[ouça o áudio]

O esquema que está sendo investigado funcionava da seguinte forma: servidores da Ciretran, com acesso a dados de condutores de veículos, vendiam as informações para despachantes, duas clínicas de exames toxicológicos e uma empresa de placas. Há suspeita de que algumas empresas foram criadas pelos próprios servidores investigados. O promotor dá um exemplo: [ouça o áudio]

Além do agente do Deppen, preso em flagrante, três servidores públicos foram afastados das funções cautelarmente. Um era assessor parlamentar do vereador Luiz Cláudio Alves, que nesta terça anunciou a exoneração do assessor. Segundo o Gaeco, o servidor atuava na Ciretran antes de ser assessor parlamentar. Os outros dois servidores são da Ciretran de Sarandi e um deles é o chefe da unidade, suspeito de não apenas repassar informações privilegiadas, como também de ser o verdadeiro dono da empresa em que o agente do Deppen aparece como sócio.

A CBN está tentando contato com a defesa dos citados.

(atualizado às 14h20) : O Detran informou por meio de nota que:

"O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), por meio da Coordenadoria de Inspeção e Auditagem (COIA), apoiou e subsidiou o Ministério Público do Paraná (MPPR) com informações e relatórios que foram solicitados desde o início da investigação, em março de 2023. O Detran-PR encontra-se com processo investigativo em andamento na Ciretran de Sarandi e continua apoiando todas as etapas da operação, reforçando o compromisso com a clareza, transparência e retidão em todas as ações que envolvem a autarquia. Ainda, o departamento nomeará um interventor gestor para dar prosseguimento nas atividades da Ciretran. Manteremos o fluxo investigativo conforme as informações forem compartilhadas por parte do Núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para que possamos dar
seguimento às apurações administrativas relativas aos envolvidos."

E o escritório que defende o chefe da Ciretran afastado das funções enviou a seguinte nota: 

"O escritório Emerson Rogério Farias & Advogados Associados, responsável pela defesa do diretor da 86ª CIRETRAN (F.L.V.V) e da empresária (E.R.), vem à imprensa trazer esclarecimentos. Na data de hoje nossos clientes foram surpreendidos pelo cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua residência e em uma empresa do casal, ocorrida por conta de investigações conduzidas pelo GAECO. Cumpre expor, que a defesa ainda não teve acesso aos autos da investigação para uma efetiva apreciação do caso, o que já foi requerido às autoridades. Vale ratificar que os nossos clientes investigados, primam pela regularidade de suas condutas, reafirmando que nunca cometeram qualquer ato ilícito, quer seja, na atuação pública ou na condução de seus negócios. De antemão ambos nossos clientes afirmam que são inocentes, o que será provado oportunamente. Por fim, reforçamos que os investigados estão colaborando e à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos necessários."

(atualizado às 9h15 de 12.06): E segundo o Ministério Público, mais uma pessoa foi presa na tarde dessa terça-feira (11) na Operação Money Poup. Trata-se de um empresário do ramo de despachante.

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