Youtuber passa temporada em Maringá para contar histórias de mortes trágicas
Carlos, no Cemitério Municipal de Maringá; youtuber faz homenagens a vítimas de mortes trágicas e de grande repercussão. Foto: Reprodução

Carlos, me explica isso

Youtuber passa temporada em Maringá para contar histórias de mortes trágicas

Segurança por Ricardo Freitas/GMC Online em 24/07/2022 - 12:20

O youtuber paulista Carlos Ribeiro Leite passou uma temporada em Maringá para contar histórias de mortes trágicas que ocorreram na cidade. Ele tem um canal com mais de 100 mil inscritos chamado “Carlos, me explica isso” e se dedica a cobrir mortes de grande repercussão e comoção. Ele visita cemitérios de todo o Brasil, onde grava os vídeos.

“Eu fui para Maringá porque eu tenho muitos seguidores daí, tenho um público muito grande na cidade. Desde comecei o canal, essas pessoas mandavam mensagens falando que aí tinha muitos casos interessantes para eu cobrir. Diante disso, me organizei e fui” disse.

Carlos gravou 6 casos na Cidade Canção. Em um dos vídeos mais recentes publicados, o youtuber contou a história da jovem Franciele Basseto Panagio, que morreu em março deste ano, em decorrência de uma leucemia. Franciele trabalhava em um conhecido salão de beleza. Após a descoberta da doença, familiares e amigos mobilizaram as redes sociais para pedir a doação de sangue. Mas poucos dias depois ela não resistiu.

Ele também visitou o túmulo do pequeno Arthur Salomão, de 3 anos, que em 2012, foi morto após ser atingido por uma bala perdida, no Jardim Alvorada.

 

Outro caso registrado pelo youtuber em Maringá foi o de Jeniffer Tavares, encontrada morta, em maio de 2019. Ela estava desaparecida quando saiu com os amigos e não retornou para casa. Dois irmãos foram presos na época, acusados de dopar e violentar a moça em um motel.

 

A história da dentista Franciele Shisue Tamura, de 34 anos, também foi contada por Carlos. Franciele foi morta pelo próprio namorado, em julho de 2017. Ele também atirou contra o ex-marido de Franciele, o cirurgião-dentista Victor Yuji Morimoto, e se matou em seguida.

O túmulo de Clodimar Pedrosa Lô, o mais visitado em Maringá no Dia de Finados, também foi filmado pelo youtuber. Considerado um santo popular não reconhecido pela Igreja Católica, Clodimar, então com 15 anos, foi torturado até a morte por policiais em 1967. Ele era suspeito de roubo.

A morte de Beatriz Pacheco, em junho de 2012, em Sarandi, também foi abordada pelo youtuber. O caso gerou comoção no Paraná. Beatriz brincava com um primo na frente da casa de familiares em Sarandi quando o crime aconteceu. O menino, também com 11 anos na época, disse à polícia que um homem passou na rua e ofereceu dinheiro para eles. Em troca eles teriam que cuidar do cavalo do homem. O menino não aceitou, mas Beatriz teria aceito cuidar do cavalo e foi com o homem. 

A menina desapareceu e depois de um mutirão feito por moradores de Sarandi, policiais e bombeiros, Beatriz foi encontrada morta em um matagal perto da casa onde ela desapareceu. A criança foi abusada sexualmente, segundo a perícia.

Carlos diz que os vídeos são produzidos para homenagear os mortos e familiares.

Como tudo começou

Carlos tem 39 anos e nasceu no interior da Bahia, em uma pequena cidade chamada Xique-Xique. Ele conta que pegou gosto por cemitérios e histórias de mortos quando ainda era criança.

“O cemitério de Xique-Xique fica no bairro onde eu nasci. Quando eu tinha uns 10 anos, eu e meus amigos sempre íamos lá para ficar brincando, olhando os túmulos, e com isso, eu fui crescendo e pegando gosto por cemitérios”, disse. Carlos se mudou para São Paulo ainda quando era adolescente e se especializou em Logística. Ele trabalha em uma empresa do seguimento e há 11 meses decidiu fazer das lembranças da infância, um canal no youtube.

“Eu pensei, porque não fazer algo diferente e dar um up na vida, foi aí que eu passei a buscar os cemitérios. No primeiro vídeo, contei a história do ator Domingos Montagner, que morreu durante a gravação da novela Velho Chico. Eu vi que havia vídeos sobre o caso, com muita coisa ruim, denegrindo a imagem dele. Pensei, vou fazer diferente e humanizar os relatos. Estudei a vida do Domingos, fui ao cemitério, fiz o vídeo e bombou. Eu tinha 65 seguidores e foi para 8 mil na mesma semana, aí não parei mais”, comentou.

Carlos já filmou mais de 400 túmulos, a lista de gente conhecida é grande: Ayrton Senna, Carmem Miranda, Laura Moreira Braga, a mãe do Roberto Carlos, Raul Seixas, Irmão Lázaro, Imã Dulce e Santos Dumont. O vídeo mais acessado até agora, é da cantora Marília Mendonça, que tem quase 900 mil visualizações.

Mais gravações em Maringá

O youtuber diz que a vinda para Maringá foi um sucesso e promete retornar no mês que vem para realizar homenagens a vítimas de outras mortes trágicas. “Muitas pessoas pediram para eu retornar , porque apareceram vários casos na semana que fui e eu não sabia. Eu tenho uma lista com outros 8 casos em Maringá para fazer”, comentou.

Conheça o canal dele aqui.

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