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Temos que combater a fábrica de diplomas
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 28/05/2024 - 08:00
A educação superior tem um aluno limitado.
A educação não pode virar uma fábrica de diplomas. Entregar o título de habilitação a pessoas que não tem a capacidade para exercer a profissão para a qual oficialmente está qualificada. Infelizmente, isso tem acontecido, e muito.
As pessoas estão ingressando no ensino superior sem uma qualificação básica para sua formação profissional. A condição de deficiência do aluno é notória e ela pode significar um risco para o futuro, na prática já é.
Muitos profissionais que atuam no mercado já são a demonstração de uma formação deficiente. Isso coloca em dúvida os serviços e produtos oferecidos. Percebemos o quanto há falta de qualidade em diversos profissionais.
Porém, quem está preocupado com isso?
O interesse tem sido cada vez maior de colocar dentro das fileiras do ensino superior privado o maior número de alunos possível. Mesmo que isso signifique abrir as portas para pessoas que não tem o mínimo de condição de ingressar no ensino superior.
Contudo, vale ressaltar que não se argumenta aqui a defesa de limitar o ingresso das pessoas a uma graduação. Claro que o país precisa permitir que a renda, por exemplo, não seja um limitador da formação das pessoas. Mas, a renda não pode ser confundida com desqualificação.
Hoje há oportunidade de alunos de baixa renda ingressarem no ensino superior, seja pelas cotas nas instituições públicas ou por financiamentos nas instituições privadas.
O MEC resolveu agir, mas será que da maneira certa?
O Ministério da Educação (MEC) exige agora que metade da carga horária para a formação de professores seja presencial. Luta pela qualidade do ensino. O que é louvável e tem que ser considerado.
Porém, como teremos estrutura presencial para atender o número de alunos que ingressaram no ensino a distância exatamente porque não tem condições de frequentar fisicamente uma universidade. Seja pela distância de uma instituição de ensino superior (IES) ou pelo custo da formação.
Logo, ao mesmo tempo que se prima pela qualidade, se gera barreiras que afastam alunos que necessitam de uma graduação, de terem formação.
Considero que ser criterioso em relação à qualidade do ensino privado que se dá no país é um ação positiva. Fechar instituições que não trabalham com uma estrutura eficiente e práticas que desqualificam a educação. Sim, há muitas “fábricas de diploma” e elas devem fechar. O risco é generalizar e prejudicar quem tem uma oportunidade de estudar.
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