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Ser humano, cadê você?
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 25/11/2024 - 08:00
As coisas mudaram.
É inegável que a Inteligência Artificial está substituindo pessoas. Ela já faz isso há muito tempo. Observe no cotidiano o quanto seres humanos foram substituídos por inteligências operacionais. O extrato bancário é um exemplo, também é as palavras que surgem como sugestão de digitação na tela do smartphone quando você escreve um whatsapp.
Quando eu era adolescente e trabalhava como office boy em uma empresa, frequentava agências bancárias empilhadas de pessoas. Um extrato bancário era um pedido feito no balcão da agência e que seria atendido quase uma semana depois. Agora, as pessoas se foram e o extrato é obtido em tempo real, na tela do meu smartphone, que sugere o que devo escrever.
Agora, estava lendo uma reportagem de que se critica a empresa de refrigerantes por fazer propaganda do Natal usando IA. Se fala que se perdeu o espírito natalino, se usa da artificialidade para captar o sentimento humano.
Ser humano, onde está você?
Será que estamos sentindo saudade das pessoas? Das falhas humanas e de suas imperfeições? Começamos a nos deparar que o desejo de ser para os outros precisa de outra pessoa para que sejamos desejados?
Vou explicar!
Vivemos a busca de chamar a atenção dos outros, queremos que as pessoas nos considerem seres humanos de valor, que sejamos vistos como seres impecáveis. Desejamos a vitória, nem que seja apenas uma estética. Convencer se desconectou de ser. Chegamos a conclusão óbvia de que o ser artificial não é real.
Começamos a sentir saudade de um ser humano de verdade? Será que estamos nos cansando da aparência sedutora?
Bom, esta escolha um ser humano pode fazer, se ele quer ser real ou ilusório. Há a nossa liberdade. Claro que podemos jogar no lixo e fazemos o que os outros esperam que façamos. Porém, também, como se diz, podemos “tomarmos as rédeas de nossa vida em nossas mãos” e fazermos dela uma obra própria.
E nesse caso, não há IA que nos impeça de escolher.
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