O termo não era pra ser bem esse: “lanche típico”, mas foi uma maneira de apaziguar aqueles que não concordavam em ter o cachorro quente prensado como prato típico da cidade. Uns defendiam que o prato que representaria Maringá deveria ser algo mais sofisticado, ou mais diferente. Uma das iguarias sugeridas foi o porco no tacho - mas onde é que a gente encontra esse sabor no dia a dia? Bem diferente do popular “cachorrão”, vendido em mais de 100 estabelecimentos pela cidade e que inclusive já migrou até para outros Estados com a alcunha de “cachorro quente maringaense”.
O recheio e os acompanhamentos também diferem muito da receita norte-americana de um hot dog tradicional, composto basicamente por pão, salsicha e os molhos de ketchup e mostarda. Aqui a receita é à escolha do freguês: pode ter carne, frango, catupiry, calabresa, bacon, ovo - ou tudo isso junto - e para acompanhar, é claro, uma bela e caseira maionese verde - cuja receita varia e disputa a preferência do freguês de um estabelecimento para o outro. Luciana Pastro e a mãe, Maria Inês, são sócias-proprietárias na lanchonete Dogão de Maringá, que fica a 650 quilômetros das terras maringaenses. O lanche é vendido perto do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e a receita que saiu da cidade-canção traz nostalgia a quem conhece o município e curiosidade a quem nunca esteve por aqui. [ouça o áudio acima]
Mesmo com toda a popularidade, quando a Câmara quis oficializar a iguaria como prato típico, houve discordância e a proposta inicial foi alterada para usar o termo 'lanche típico'.
Hoje, questionar ao maringaense qual o melhor “cachorrão” da cidade é dar início a uma disputa impossível de ser vencida. O consumidor costuma se manter fiel ao lanche do coração. Luiz Lemos, criador da página Dicionário Maringaense, é louco pelo lanche e já utilizou o cachorrão ou “dogão” na criação de vários memes. Ele garante: falar sobre o cachorro-quente maringaense é receita certa para engajamento nas redes sociais. [ouça o áudio acima]
Dia 09 de setembro é considerado o Dia do Cachorro Quente e uma ótima oportunidade para saborear o típico “cachorrão” do interior do Paraná.
Fotos: Maringá Histórica