Opinião
Passado: não se vive dele e não se pode esquecê-lo
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 12/02/2024 - 15:30
Passado é o bom conselheiro.
Ninguém veio do nada. O passado não é papel em branco. Também, concordo, não se pode viver nele. Ficar lembrando e relembrando com um saudosismo depressivo. Prática daquele que considera o presente uma consequência de uma má escolha.
Porém, o passado é fonte de consulta. Lugar para entender as origens e colocar os olhos no futuro sobre uma “outra” perspectiva.
Muitas vezes nossas escolhas são feitas exclusivamente com “os pés” no presente, e isso pode ser enganoso. O que vivemos no imediato não é o que parece quando conseguimos ponderar com as experiências.
Vida se mede vivendo.
Quantas coisas nós já vivemos? Aquelas que ao relembrar, com uma dose de racionalidade, conhecimento científico e com valores apurados nos amadurece para tomar decisões?
A dose de racionalidade é porque não se pode agir por impulso. Tem que se ter consciência de que a experiência vivida não se repete. Porém, aprendemos com o sentido das ocorrências. Em especial os acontecimentos relevantes.
Aquilo de saber separar o que é fato ou fake, o que importa ou não, precisa de um bom senso crítico e de análise. O passado não é só nossa sensação ou percepção do que ocorreu, é também objetiva, fato vivido por outras pessoas.
Por mais que as coisas que aconteceram sejam fatos inquestionáveis, nossas lembranças estão contaminadas e nossas versões sobre o passado são contaminadoras. Distorcem a realidade invariavelmente na busca de nos proteger da verdade dolorosa ou indesejada.
Passado é fato e não intenção.
Temos que cuidar com os vícios excessivos de distorção de nossa memória. Encarar os dissabores que o passado nos aponta, o quanto já fomos desagradáveis e compactuamos com ações de violência, discriminação e extremismos, nos ajuda a amadurecer e rever atitudes.
Repensar a real medida em que se dá aos atos que estão a nossa volta é coisa de gente grande. Por isso, os pequenos se escondem a sombra do que se impõe.
Assim e por isso, não despreze, nem deturpe, não violente ou negligencie seu passado. Ele pode ser um bom conselheiro em tempos de crise. Nos lugares que faltam coerência e ação assertiva, o passado pode ser de grande ajuda, um bom senso de justiça.
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