A família Frasson, de Alto Paraná, passou o réveillon num quarto, com tudo fechado, ar condicionado ligado, e o som da televisão.
Foi o jeito de proteger Erick, de 10 anos. O menino é autista. Os pais e a irmã de Erick sabem o quanto ele sofre com os fogos de artifício na virada do ano, por isso nem arriscaram ir para a casa dos parentes que estavam reunidos.
Erick começa a sofrer antes da virada do ano, só de saber que haverá fogos.
É comprovado pela medicina que as pessoas com o Transtorno do Espectro Autista são mais sensíveis a sons.
É por isso que muitas cidades aprovam leis restringindo a soltura de fogos de artifício com estampido.
Em Alto Paraná existe uma lei que proíbe o manuseio de rojões, diz o advogado Alécio Frasson, pai de Erick.
Mas mesmo com a lei, o barulho na virada do ano é intenso.
Neste réveillon, o advogado decidiu publicar um vídeo em que mostra o filho angustiado por causa dos fogos.
O coração do filho dispara, diz o pai. O menino chega a vomitar de nervoso. [ouça o áudio acima]
O objetivo da postagem foi conscientizar as pessoas sobre o sofrimento enfrentado pelas crianças autistas por causa dos fogos com estampido.
O advogado espera que a lei de Alto Paraná surta resultado, que é o de desestimular os comerciantes a vender rojões. [ouça o áudio acima]
A publicação no Facebook teve mais de 60 compartilhamentos e outros pais e parentes de autistas comentaram que também enfrentam o mesmo problema.