Em Maringá, a vida está bem melhor, diz o engenheiro civil Manuel Bracho, refugiado venezuelano. Mas para sobreviver aqui, Manuel, que dava aulas de matemática numa universidade na Venezuela, aceitou trabalhar de motorista, porque o diploma dele precisa de revalidação.
História parecida com a da pedagoga Súlmar Reyes. Ela tem doutorado em inovações educativas. Veio para o Brasil para não passar fome na Venezuela. Aqui tentou dar aulas de espanhol, mas nem isso conseguiu. O primeiro emprego no Brasil foi num restaurante.
Súlmar e Manuel têm agora a chance de revalidar o diploma e conseguir uma melhor oportunidade no Brasil. Nessa quinta-feira, o Instituto Sendas, que atende refugiados, vai realizar um mutirão para receber documentos e encaminhar processos de revalidação de diplomas, com exceção de médicos que fazem a prova do Revalida. Erick Perez, do Instituto Sendas, diz que há vários anos refugiados tentam revalidar diplomas sem sucesso em Maringá. Ele conta o caso de um haitiano que voltou a estudar para obter o mesmo diploma que tinha no Haiti.
A revalidação só é possível agora porque o Sendas fechou uma parceria com a ONG Compassiva ligada à ONU. A advogada Camila Suemi Tardin, coordenadora do Projeto Nacional de Revalidação de Diplomas, explica como será esse processo.
A advogada diz que o Brasil tem muito a ganhar com estes profissionais qualificados. E para o refugiado não é só uma questão de sobrevivência, é também um resgate de identidade.
O mutirão será na Rua Santos Dumont, 1381, das 9h às 11h e das 14h às 16h30. É importante levar todos os documentos que o refugiado tiver.