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Mulheres são maioria em clubes de leitura de Maringá
Podcast por Brenda Caramaschi em 04/10/2024 - 09:50Em reuniões presenciais ou online, nas casas, cafés, bares e bibliotecas, diversos clubes de leitura se espalham pela cidade fomentando o consumo cultural em diferentes gêneros textuais. Cada grupo tem suas próprias características, mas uma delas é presente em todos eles e reflete o que já demonstraram pesquisas nacionais - quando o assunto é dividir suas percepções sobre o mergulho nas páginas dos livros, as mulheres são maioria.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural e Ibope Inteligência (2020), as mulheres leem em média mais do que os homens no País, revelando que 59% são leitoras, enquanto apenas 52% do público masculino são adeptos do hábito. O estudo mostra ainda que a disparidade entre os gêneros vem aumentando. Em 2015, a diferença era discreta, de 52% para elas contra 50% para eles. No último levantamento, o percentual de mulheres leitoras cresceu 7% (59% em 2019) e o dos homens apenas 4% (54% em 2019).
Embora elas sejam maioria no consumo, ainda há uma disparidade inversa no que é publicado pelo mercado editorial. A professora de literatura do curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá, Gabriela Tofanelo, faz parte do clube “Leia Mulheres”, um projeto nacional que surgiu em São Paulo há dez anos e se espalhou pelo Brasil. Em agosto de 2017 foi o primeiro encontro em Maringá. [ouça o áudio]
No entanto, nos encontros do clube, que reúnem de 15 a 30 pessoas, a presença costuma ser majoritariamente feminina.[ouça o áudio]
A agenda do semestre Leia Mulheres fica disponível no instagram e, quem se interessa pelo livro do mês, pode ler e participar das discussões. Tudo é gratuito.
Os livros são indicados pelos participantes e escolhidos por sorteio ou votação. [ouça o áudio]
Os encontros acontecem no Sesc de Maringá, aos sábados.
Já Bruna de Oliveira está à frente do clube de leitura Borboleta Azul, composto exclusivamente por mulheres. Para participar, é preciso fazer inscrição e uma seleção. Os encontros presenciais são itinerantes, em cafeterias da cidade. [ouça o áudio]
Criado em setembro de 2022 com o objetivo de compartilhar percepções, atualmente o clube, totalmente feminino, tem 25 participantes, com turmas presenciais a cada 15 dias nos sábados pela manhã e online na quarta-feira, das 7 às 9. As participantes pagam uma mensalidade e os livros são escolhidos conforme as preferências indicadas em um formulário.[ouça o áudio]
Thays Pretti, do clube de leitura Bons Casmurros, conta que o mesmo foi formado em 2013 e segue firme até hoje. Apesar de ser aberto a todos os gêneros e promover literatura produzida tanto por homens quanto por mulheres, dos 51 membros atuais do clube, apenas 14 são do sexo masculino.
Thays acredita que, socialmente, as mulheres têm mais necessidade desse “espaço de acolhimento” do que os homens.[ouça o áudio]
Os membros se reúnem uma vez a cada três semanas e a seleção de livros é feita por semestre, sempre com pelo menos um romance e um livro de contos, porém incluindo outros gêneros, como poemas e teatro, para que as pessoas possam ter contato com outros tipos de texto.
Desde 2017, metade dos livros lidos pelos Bons Casmurros são escritos por mulheres. A seleção é com base na indicação dos membros e a escolha final é feita por votação entre aqueles que participam ativamente. A participação no clube é gratuita e os encontros para debater os livros são no Atari Bar, aos sábados à tarde. A agenda fica disponível no instagram - para participar, é só chegar.
Apesar da predominância feminina, o público é variado. A mais nova participante tem 18 anos e há aqueles com mais de 70. [ouça o áudio]
Assim como percebido em outros clubes, ali também o livro acaba sendo um pretexto para as pessoas se encontrarem, mas a troca de ideias por meio das discussões estabelecidas ajuda a criar laços.[ouça o áudio]
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