Mudança é uma certeza, aceitá-la é um desafio

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 07/10/2024 - 08:00

Há mudança ou não?

As pessoas mudam ou não? Quantas vezes você já deve ter se encontrado no dilema de que podemos mudar alguém ou não.

Não são poucos os que mantêm uma relação com outra pessoa por anos, sofrendo, se frustrando, sendo magoados, mas tem a esperança que o outro mude.

Muitas destas tentativas avançam por décadas, ao ponto que ficar na relação não significa mais desejar mudar, é já não há mais tempo para a mudança.

Voltando à questão da mudança, nascemos um ser desconhecido, sem consciência. John Locke, o pai do empirismo e do liberalismo, considera que o ser humano ao nascer é um “papel em branco”. Logo, nada nele existe que lhe dê a ideia do que é. Não existe a memória, não existe uma consciência.

A vida nos molda.

Logo, vamos ao longo da vida nos moldando, gerando em nós os valores, conceitos e práticas que nos definem como seres humanos. As quais, por sua vez, podem também se alterar.

Quando somos crianças, temos percepções sobre o mundo que são fruto de nossas experiências. Estas, acabam por ser alteradas na adolescência e durante a juventude. Na fase mediana, adulta e na terceira idade outras mudanças na nossa consciência ocorrem. Assim, as mudanças vão se alterando e nos fazendo ser diferentes.

Por isso, quando alguém afirma que há seres humanos que nunca mudam. Essa frase pode estar equivocada, as pessoas mudam, mas não da forma que desejamos ou na velocidade que queremos. Também, pode ser que nós não tenhamos consciência do que somos, aí desejamos mudança no outro.

Sendo assim, diante dos atritos, desejamos que os outros mudem para se adaptarem ao que somos ou pensamos ser.

Logo, John Locke considerava que ao longo da vida estamos sendo moldados. E na nossa consciência repousa o que somos. Porém, ter consciência do que se é não é para qualquer um.