Milhares pedem o fim do feminicídio em Maringá
Victor Simião/CBN Maringá

'Parem de nos matar'

Milhares pedem o fim do feminicídio em Maringá

Cidade por Victor Simião em 01/02/2020 - 20:15

Ato foi realizado devido ao assassinato de Maria Glória Poltronieri. Outras vítimas foram lembradas durante a ação, neste sábado (01).

Maria Glória Poltronieri Borges, Jaciara Kogler, Tetê: esses e outros nomes, de mulheres vítimas de feminicídio no norte do Paraná, foram lembrados. A data da morte não importava: semanada passada, anos atrás.  O grito era um só: parem de matar as mulheres.

Milhares de pessoas participaram de um ato realizado em Maringá pedindo o fim do feminicídio, na tarde deste sábado (01). A concentração foi na região central da cidade: e faltou espaço. Homens, mulheres: famílias inteiras.  Em faixas e cartazes, dizeres como “respeitem as minas”, “nós por nós” e “o machismo mata”.

A ação foi motivada pelo assassinato de Maria Glória Poltronieri Borges, de 25 anos, no fim de semana passado. Ela, que era bailarina, foi encontrada morta em uma cachoeira da região, com sinais de estrangulamento. A Polícia Civil segue investigando o caso. 

O pai dela, Maurício Borges, participou do ato. Muito emocionado, disse ter sentido o quão querida era a filha. Se ela estivesse aqui, estaria dançando, falou. 

A organização foi feita por mulheres, e o ato contou com intervenções culturais feitas por elas como declamação de poemas e maracatu.  Uma das porta-vozes da manifestação, Rachel Coelho disse que havia o foco em Magó, como Maria Glória era conhecida, porque ela amiga de muita gente. Mas lembrou que era um ato para todas as vítimas do machismo. 

Em 2019, a Polícia Civil registrou sete feminicídios em Maringá e região: 75% a mais que em 2018. Esse tipo de crime tem como motivador o fato de a vítima ser mulher. 

Somente nós sabemos o que estar andando sozinha à noite e sentir o alívio que é olhar para trás e ver outra mulher, exemplificou a advogada Naila Bolnolga.

O machismo não termina apenas pela luta das mulheres. Os homens devem se engajar também. Esse motivo levou o professor Fábio Fernandes à manifestação. 

Durante a maior parte do trajeto do ato, não choveu. Quando a instabilidade começou, poucas pessoas saíram do percurso previsto.  A estudante Jéssica Franco permaneceu firme no caminho, e lembrou: não se pode comparar feminicídio a outros tipos de assassinatos. 

Atos semelhantes foram realizados em outras cidades como Curitiba e São Paulo, motivados, principalmente, pelo assassinato da bailarina Maria Glória Poltronieri. 

Até o fechamento da reportagem, nem a organização do ato e nem a Polícia Militar havia divulgado estimativa do número de participantes.

 

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