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Leopoldina, a lucidez casada com a estupidez
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 06/09/2023 - 08:10
A bela moça se casa com a fera
A imperatriz Leopoldina é destas moças educadas, de família, feita para a personificação esmera de uma nobre fadada as ações e estéticas do governo. Uma pessoa forjada desde a infância para assumir a gestão, para se pertencer e pertencer ao Estado. Vida de uma pessoa a ser o símbolo do poder instituído. Coisa rara em nossos dias, onde os representantes públicos expressam, em muitos casos, o que temos de pior na construção pessoal de um ser humano.
Austríaca, educada na Corte de Viena, filha da família Habsburgo, dos senhores da Áustria-Hungria, o maior império territorial da Europa no Século XIX, ela foi prometida a Dom Pedro, o herdeiro do reino português.
Ela, Leopoldina, nunca tinha se encontrado com Dom Pedro. Mesmo no dia do casamento os dois nunca tinham se visto, se olhado frente a frente. O Marquês de Marialva tinha feito todo o arranjo da união diplomática simbolizada no casamento da princesa com o herdeiro do trono português. Que decepção a teria na vida com o príncipe. Mal sabia o que lhe esperava.
Ela foi a lucidez nos trópicos
Porém, para nós brasileiros, Leopoldina foi a lucidez necessária diante de uma monarquia forjada nos trópicos sem perfil adequado. Um pouco de civilidade no instinto agressivo de um monarca despreparado para a postura e equilíbrio necessário que se exige de um governante.
Parte considerável da articulação política que culminou na independência foi obra dela, de sua astúcia e observação das peças que fizeram o jogo do rompimento com Portugal. Ela soube preservar a monarquia com sabedoria. Uma grande mulher por de trás de um homem bruto, pouco lapidado para a gestão do Estado.
Maltratada, ainda fez a sua parte
Infelizmente, sofrendo agressões constantes do marido, principalmente no aspecto moral, Leopoldina viveu pouco. O suficiente, pelo menos, para demonstrar que um governo necessita mais de polidez de um governante aliada a astúcia de governar.
A Imperatriz Leopoldina merece ser lembrada, deveria ser mais exaltada. Ela foi um personagem importante na formação do Estado Nacional brasileiro. Um Estado que se impôs sobre um território.
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