Justiça bloqueia bens do ex-jogador de vôlei Ricardinho
Victor Simião/ CBN Maringá

Ação Civil

Justiça bloqueia bens do ex-jogador de vôlei Ricardinho

Segurança por Victor Simião em 18/12/2018 - 16:00

Segundo o Ministério Público, o ex-atleta e presidente do Maringá Vôlei é suspeito de desvio de verbas públicas em eventos esportivos realizados em 2014. Ele e outros envolvidos dizem não ter sido notificados pela Justiça, mas que estão à disposição para esclarecer qualquer dúvida. 

 

A reportagem foi atualizada às 19h. 

Os bens do ex-jogador de vôlei Ricardo Bermudez Garcia, o Ricardinho, foram bloqueados pela Justiça. A decisão é do juiz Nicola Fascati Junior, da 2ª vara da Fazenda Pública de Maringá, norte do Paraná, e foi tomada a partir de um pedido do Ministério Público. A 20º promotoria de Patrimônio Público da cidade encontrou indícios de desvio de dinheiro público por parte do campeão olímpico, ex-jogador da seleção brasileira. A decisão é desta segunda-feira, dia 17.

Além dele, a Vôlei Brasil Centro de Excelência, que é a razão social do Maringá Vôlei/Copel Maringá, time que disputa a Superliga e é presidido pelo ex-atleta; Rogério Leandro Rodrigues, que foi tesoureiro do Maringá Vôlei,e Maria do Carmo Panza, sogra de Ricardinho e diretora do time de vôlei, também tiveram os bens bloqueados.

A Justiça determinou que fossem retidos 847 mil 982 reais da cada uma das quatro partes envolvidas no processo.

A ação civil pública que levou ao bloqueio de bens é referente a dois jogos da seleção brasileira de vôlei, realizados em Maringá, em 2014, por ocasião da Liga Mundial, e também a final da Copa Brasil de Vôlei, disputada naquele ano no município.

Para a realização desses eventos, a Prefeitura da cidade, por meio da secretaria de esportes, repassou R$ 880 mil à CBV, a Confederação Brasileira de Vôlei, responsável por realizar os eventos. Aí, segundo Ministério Público, a organização transferiu a quantia ao Maringá Vôlei, que ficou responsável por todas as ações. Além dessa quantia, a empresa também ficou com 324 mil 982 reais, dinheiro arrecadado na bilheteria desses eventos.

Segundo o Ministério Público, somente R$ 204 mil foram gastos e justificados para a realização dos jogos. O restante do dinheiro não teria sido usado e teria sumido.

Na investigação, o Ministério Público conseguiu autorização da Justiça para a quebra do sigilo bancário dos envolvidos. A movimentação financeira, segundo o MP, mostrou que R$ 523 MIL, dos R$ 880 mil depositados pela CBV na conta do Maringá Vôlei, que tinham sido repassados pela Prefeitura, foram retirados do caixa em espécie por Rogério Leandro Rodrigues.

Parte dos recursos foi para a conta de Maria do Carmo Panza, sogra de Ricardinho; e depois foi para a conta do ex-jogador. O MP vê o processo como lavagem de dinheiro.

Ao todo, o Ministério Público diz que foram desviados 847 mil 982 reais, que é a quantia que a Justiça determinou que fosse bloqueada das contas dos envolvidos.

Segundo a ação, os agora réus, pelos cargos que ocupavam, sabiam o que estavam fazendo. Tanto que, ao longo dos últimos anos, os envolvidos não apresentaram justificativas ou documentos que comprovassem a utilização licita do dinheiro.

O Ministério Público pediu o ressarcimento dos valores. Além disso, solicitou a perda dos direitos políticos e que os envolvidos não possam fazer contrato com o poder público por até cinco anos.

 

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Maringá Vôlei e do Ricardinho informou que as devidas prestações de contas foram feitas para a Confederação Brasileira de Vôlei, com quem havia um contrato. Além disso, relatou que em nenhum momento o Maringá Vôlei, Ricardo Bermudez Garcia e Maria do Carmo Panza receberam notificação judicial para prestar contas dos eventos. No entanto, eles declaram, nesta oportunidade, que estão à disposição da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos. Por fim, Ricardinho ressalta que tudo foi feito na mais absoluta lisura, como será apurado.

A CBN tentou contato com a CBV, mas ninguém atendeu aos telefonemas. A reportagem não obteve resposta para o e-mail enviado no início da noite desta terça-feira (18).

A CBN contatou Maria Iraclézia de Araújo, então secretária municipal de esportes em 2014. Por telefone, ela disse não ter sido notificada pela Justiça, mas que tudo que fez durante a gestão foi correto.

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