CBN Maringá

Imigrantes sempre existiram e já foram solução e problema.

Na época medieval, no auge do feudalismo na Europa ocidental, onde o isolamento das comunidades de subsistência era uma padrão para a organização da vida agrícola, a presença de pessoas estranhas causava desconforto.

O apego ao lugar e a mudança da rotina trazia preocupação com papéis que já estavam definidos desde a infância. O mundo feudal europeu foi uma organização social e econômica fundada na reprodução por gerações das mesmas funções. Não por acaso, a mudança na organização e forma de produção eram lentas.

Logo, não há a necessidade do outro. O estrangeiro era figura rara na medievalidade. A vida era de uma comunidade que se reproduzia de maneira lenta, com pouco crescimento e muitas vezes com perdas populacionais. 

Nem todos são imigrantes, mas muitos são filhos deles.

Este ambiente é bem diferente da atualidade. A população do Planeta cresce vertiginosamente, se multiplicam incessatemente. Hoje, somos mais de oito bilhões de indivíduos sobre a terra. Parte considerável desta população vive em condições extremas. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, mais de um bilhão de pessoas vivem em condição de miséria. 

O engraçado, nem todos se deslocam. O número de seres humanos em movimento não passa de 3,6% da população mundial, o que representa 300 milhões de indivíduos. Às vezes, perdemos a dimensão dos números diante de nossa particularidade. 

Logo, a imigração se torna uma realidade diante da necessidade de buscar uma vida melhor. O desejo de migrar não é uma vontade pessoal, é um fator contextual. Há muitos fatores envolvidos no processo de imigração. Desde problemas econômicos, políticos e culturais. 

A imigração não é uma realidade para a maioria da população mundial, mas suas consequências afetam a todos. É uma realidade crescente que tem demonstrado que o crescimento da população do mundo não é acompanhado de uma distribuição de renda e de condições iguais para todos.

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