CBN Maringá

Transparência ou não é coisa de pais para filhos

Falamos tanto sobre um comportamento transparente, sobre ser sincero. Reclamamos constantemente das pessoas que não falam a verdade e criticamos a má-intenção. Sempre estamos prontos a condenar os corruptos, os que cometem fraudes, aqueles que dissimulam. Enfim, detestamos ser enganados.

Então imagine a cena: você e seu filho de cinco anos em frente da televisão assistindo o noticiário. Um político foi pego por enganar a população, cometer uma fraude. Você critica. Seu filho pergunta o porquê as pessoas mentem, enganam. Você responde que são pessoas má-intencionadas. 

Somos sinceros com quem amamos?

E, no meio da conversa, ele, seu filho, pergunta se um dia você já mentiu para ele, já o enganou. O que você responde? Confessa que sim, que muitas vezes para ele fazer o que você deseja o enganou, manipulou, escondeu a verdade?

Logo, cobramos sinceridade dos outros, reclamamos do quanto somos enganados por quem está no poder ou tem ascensão sobre nós, mas praticamos também atos semelhantes. No fundo, vamos cultuando práticas de manipulação das pessoas para atender nossos interesses. Há empresários que fazem isso para obter favor de seus funcionários. Vendedores que manipulam clientes, por exemplo. 

Falta transparência nos nossos atos. E, acredite, ser transparente, sincero, é um desafio. Por isso, o que antecede a transparência é estar preparado para ela. Ter ciência do custo de nossas ações e quem são os envolvidos. Isso porque não queremos magoar, não queremos arrumar atrito, mas o preço de mentir, esconder a verdade, não ser sincero, é mais alto do que encarar a realidade. 

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