O Podcast CBN Maringá viaja no tempo para recontar a Geada Negra, evento climático extremo que na madrugada de 18 de julho de 1975 destruiu cerca de 70% dos cafezais do Paraná.

A geada negra também atingiu cafezais em Mato Grosso do Sul e em São Paulo. 

50 anos atrás.

Os cafeicultores viviam um daqueles momentos dramáticos que entram para a história de um país.  

Naquela noite, o produtor rural Marcos Bruschi Neto estava com a família na propriedade rural na Gleba Pinguim em Maringá.

Marcos tinha 30 anos e dois filhos pequenos.

No ano seguinte, a propriedade da família Bruschi já não tinha mais café, só trigo.

Mas ainda havia o medo de uma nova geada devastadora.

Seo Marcos não tinha dívidas e graças a isso a retomada foi mais fácil, mas vizinhos sem capital para insistir na lavoura deixaram o campo e foram atrás de emprego em outros estados. 

A geada negra entrou para a história como o evento que dizimou os cafezais, mas o historiador Reginaldo Dias lembra que anos antes o Governo Federal iniciou uma política para estimular a diversificação no campo, substituindo os cafezais por outras culturas.

E imaginar que em 1930 o Governo chegou a comprar café, estocar e queimar, porque tinha tanto café no mercado nacional e internacional que os preços despencaram.

O tempo passou e o ouro verde está hoje num novo momento,  com a valorização da bebida, o boom dos cafés especiais e os empreendimentos criativos.

Mandaguari recentemente conquistou a Indicação Geográfica do Café.

Em Maringá o evento Café On espera milhares de visitantes em agosto para resgatar a tradição da bebida.

Em Cianorte, um concurso anual estimula a cafeicultura.

O agrônomo Adenir Volpato, é um dos organizadores.

E um detalhe, Adenir era cafeicultor e estudante no colégio agrícola em 1975;  na geada negra.