Os bombeiros Rômulo, Afranio e Diogo, da corporação de Maringá, integram a Fire Band. Foto: Arquivo pessoal.

Parar o show para socorrer uma vítima de acidente… não conseguir chegar a tempo para a apresentação, por estar, literalmente, em um incêndio: situações que aconteceram com integrantes de uma banda de Maringá, e a explicação faz todo sentido: a Fire Band é composta pelos bombeiros Afranio Santi Chaves, de 43 anos, (voz e cajon), Rômulo Ponchio de Oliveira, 40 anos, (gaita de boca) e Diogo Zanelato Ramos, de 35 anos (voz e violão/guitarra).

“Certa vez estávamos tocando e vimos um motociclista se envolver num acidente. Avisamos no microfone que iríamos parar para ajudar e já voltaríamos. Fizemos o primeiro atendimento e depois que o rapaz foi encaminhado, voltamos a tocar. Numa outra vez o Afrânio, nosso vocalista principal, não conseguiu sair de um incêndio e fizemos o show sem ele. Desfalcados, mas fizemos o som”, conta Diogo.

O cabo Afranio, soldado Ponchio e o tenente Zanelato se conheceram na corporação em Maringá, onde atuam como bombeiros. Diogo Zanelato conta que tudo começou quando a Polícia Militar organizou uma noite de talentos no mês de aniversário da PM, em agosto de 2016. “Por um grupo de WhatsApp começamos a levantar os interessados em ensaiar para a apresentação. Reunimos os nomes e combinamos os ensaios. Naquela apresentação não tínhamos a mesma formação de hoje, tanto que a apresentação do Rômulo (gaita) foi separada da banda, que contava com outros bombeiros que não estão mais tocando com a gente. Naquela noite tocamos Raimundos e Red Hot Chili Peppers no Teatro Calil Haddad”, diz,

Depois desse evento organizado pela PM em 2016, eles continuaram se encontrando para ensaiar, mas sem pretensão alguma. “A formação mudou um pouco; alguns saíram. Nós três permanecemos juntos. Chegou num ponto em que tínhamos muitas músicas ensaiadas e surgiu a vontade de apresentar para outras pessoas. Começamos em confraternizações dos bombeiros e logo fomos sendo convidados para outros lugares”, conta o tenente Diogo.

O nome, bastante sugestivo, foi criado às pressas. “Em uma apresentação em um jantar de fim de ano dos bombeiros em Maringá, a Tenente Luisiana, hoje Capitã em Curitiba, queria apresentar os três com um nome. “Não tínhamos. Ela queria um nome na hora e a gente não sabia o que falar. Então ela mesmo falou “vai Fire Band, então”…. “E com vocês a Fire Band.” Desde aquele dia ficou assim”, relata Diogo.

Nenhum dos três é músico profissional e nem participou de outra banda antes. O que causa surpresa em muitas pessoas, segundo Diogo, já que nos shows eles não costumam contar que são bombeiros. “Cada um tem sua própria história de envolvimento com a música, mas nunca foi profissão de ninguém. Acontece das pessoas nos adicionarem nas redes sociais e verem que somos bombeiros. Muita gente se assusta. Pela qualidade do som ninguém imagina que é nosso hobby”, diz.

E mesmo tendo a banda como um hobby, eles têm uma agenda de shows que inclui Maringá e outras cidades também. Diogo conta que a Fire Band faz de três a quatro shows por mês. “Já fizemos 6 no mês por algumas vezes, mas priorizamos por fazer menos devido nossas profissões e outros afazeres pessoais. Já tocamos em Londrina, Ivaiporã, Bandeirantes, Marialva, Mandaguaçu e já temos convites para Curitiba e Ponta Grossa, mas ainda não foi possível ir para lá”.

O repertório inclui pop rock, rock, reggae e, às vezes, MPB, tudo com versões adaptadas para o acústico com gaita de boca.

O trabalho da Fire Band pode ser acompanhado no Instagram da banda.

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Foto: Arquivo pessoal

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