Episódio 3: processo de emancipação de Maringá

História das Eleições

Episódio 3: processo de emancipação de Maringá

Eleições 2024 por Reginaldo Dias em 14/08/2024 - 11:10

Desde a época em que era uma ideia na prancheta da companhia colonizadora, Maringá foi planejada para ser polo regional e capital de uma vasta região.

Olhando para trás, sabemos que Maringá cumpriu essa vocação plenamente e cresceu além das otimistas previsões iniciais.

Já naqueles primeiros anos, o rápido crescimento impressionava e justificava o desejo de promover a emancipação municipal de Maringá.

Vejamos o que a legislação previa para a formação dos novos municípios e
comparemos com a realidade do distrito de Maringá: 

Primeiro requisito: população mínima de 5.000 habitantes. Realidade: de
acordo com o censo de 1950, a população era de 38.588 habitantes, mais de
7.000 habitantes só na base urbana.

A população do distrito de Maringá era maior do que a população da sede do município de Mandaguari.

Segundo requisito: a renda municipal anual calculada pelo que até então
pagavam os moradores da parte desmembrada não deveria ser inferior a
CR$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros).

Realidade: o pujante distrito ultrapassava, com folga, esse parâmetro;

Terceiro requisito: existência de área suficiente para logradouro comum
dos munícipes.

Realidade: Maringá nascia como cidade planejada, com
áreas previamente destinadas à instalação de logradouros públicos;

Quarto requisito: existência, pelo menos, de 100 (cem) moradias no local
destinado à sede.

Realidade: entre comerciais e residenciais, havia, em 1950, 1.200 construções; no ano seguinte, seriam cerca de duas mil  edificações;

Quinto requisito: número mínimo de 500 eleitores. Realidade: o distrito
contava 6.000 eleitores. Diante de números tão eloquentes, a aspiração de se tornar sede municipal era um objetivo concreto para o povo de Maringá e para os seus líderes
políticos.

A reivindicação foi formalmente apresentada às autoridades estaduais por
uma comissão empresarial especial, da qual faziam parte: Joaquim Romero
Fontes, Antônio Fernandes Maciel, Francisco de Lucca, Esmeraldo
Leandro, João Ramos, Alberto Ribeiro Andrade e João Batista Cardoso.

A legítima demanda foi assumida pelo deputado Francisco Silveira da
Rocha, que tinha domicílio em Marialva e representava a região na
Assembleia Legislativa. Também aderiu o deputado estadual Rivadávia
Vargas.

Quando da votação da Lei 790/51, que desmembrou o município de
Mandaguari e criou novos municípios, o legislador exclamou, com toda a
razão: “(...) Maringá é um autêntico milagre no cenário paranaense,
fazendo jus aos fôros de Município, capaz de dirigir os seus próprios
destinos em busca do seu grandioso por vir!”

Em novembro de 1952, o povo de Maringá compareceu às urnas para
eleger o primeiro prefeito e os primeiros vereadores do novo município.
Contaremos a história dessa eleição em nosso próximo encontro.

 

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