Acompanhe na CBN Maringá 'História das Eleições', com o historiador e professor Reginaldo Dias, de segunda à sexta, às 09h00 e às 14h40.
História das Eleições
Vou abordar para vocês a eleição de 1972, concluída com a vitória do candidato Silvio Barros, do MDB, que impôs uma larga vantagem sobre os seus dois concorrentes da Arena. No ano anterior, porém, o quadro eleitoral parecia mais complicado e poderia ter seguido outra direção.
Em 1971, o maringaense Haroldo Leon Perez se tornou governador do Paraná, indicado pelo presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici. Instantaneamente, Leon Perez quis interferir no mando político local. Primeiramente, atraiu seu amigo e aliado Adriano Valente, eleito prefeito pelo MDB, para as fileiras da Arena. Em seguida, começou a alinhavar, em conjunto com o prefeito, a sucessão municipal.
O candidato que o governador e o prefeito avalizavam era Marco Antônio Lourenço Correa. Tratava-se de um dos principais assessores do prefeito Adriano Valente, visto como uma espécie de primeiro ministro. Para enfatizar o seu empenho, o governador dizia que nem o papa tiraria a eleição de seu candidato. Mais do que pedir votos, o governador usaria a sua mão forte para preparar o tabuleiro, simplificar a disputa e criar um quadro favorável.
Tudo parecia correr bem, mas aconteceu um fato inesperado no âmbito estadual, que alterou a relação de forças no município: envolvido em denúncias de corrupção, o governador foi forçado a renunciar.
Por seu turno, o prefeito Adriano Valente, com bastante prestígio pessoal e comandando uma administração bem avaliada, manteve o nome de Marco Antônio Correa, incorporando o vereador Paulo Vieira de Camargo como vice. A Arena ainda lançou um segundo candidato, o vereador e empresário Egídio Assmann, que teve o vereador Tetuo Nishiyama como vice.
O MDB lançou aquele que, entre os seus membros, tinha mais prestígio eleitoral, o deputado federal Silvio Barros. O vice-prefeito Renato Bernardi, que permaneceu no MDB, ensaiou uma pré-candidatura a prefeito, mas apoiou Silvio Barros, que teve o vereador Walber Guimarães como vice.
Vários fatores influenciaram a eleição de Silvio Barros. Primeiro, ele tinha luz própria e vinha em linha ascendente, pois havia sido eleito, sucessivamente, vereador, deputado estadual e deputado federal; segundo, a legenda do MDB tivera a sua mística popular despertada na eleição anterior; terceiro, Silvio Barros ganhou um importante e robusto apoio das fileiras adversárias. De fato, dois dos principais líderes da Arena, os ex-prefeitos João Paulino e Luiz Carvalho, em desacordo com os candidatos de sua legenda, apoiaram pública e ostensivamente Silvio Barros. Esse palanque suprapartidário foi decisivo.
Resultado: o povo de Maringá elegeu Silvio Barros com 62% dos votos. Proporcionalmente ao eleitorado, foi a maior votação obtida na história do município.
A divisão da Arena demonstrava que as antigas rivalidades e as antigas afinidades se sobrepunham ao novo sistema bipartidário. Em certa medida, o palanque que levou Luiz de Carvalho à prefeitura em 1964 foi reconstituído em 1972, só que desta vez a favor de Silvio Barros.
Acompanhe na CBN Maringá 'História das Eleições', com o historiador e professor Reginaldo Dias, de segunda à sexta, às 09h00 e às 14h40.
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