A chuva de fantasias

Pode parecer complexo, mas a ponderação ainda é um caminho fundamental em nossa conduta. Seja diante de qualquer dilema. Ainda mais quando se trata de violência.

Somos bombardeados diariamente por cenas de violência que constrói em nossa mente um ambiente de caos. Somos apresentados a criminalidade como se os próximos a serem atingidos seremos nós.

Esta sensação se dá pela quantidade de imagens que são difundidas diariamente nos meios e plataformas de comunicação sobre o tema. O que não faltam são cenas de agressão capturadas por câmeras de celulares e vigilância.

Uma violência faz sucesso

A variedade de materiais visuais é tamanha que há programas especializados em divulgá-las e comentá-las. A grande maioria desta programação de sensacionalista. Nas redes sociais a quantidade de pessoas que fazem viralizar estas imagens são imensas.

Se você observar o número de acessos de uma reportagem sobre violência, e que contenha imagens da agressão, em relação a outras materiais postados em site de notícias você vai entender o que estou falando. O como os seres humanos agem em parte como abutres cheirando a morte.

Esta avalanche de notícias de agressão gera o culto ao medo. Temos informações limitadas sobre a proporção dos fatos. Não sabemos sobre o risco real que corremos. Não por acaso, uma parte considerável dos cidadãos considera que é preciso atirar primeiro e depois perguntar. Seria uma forma de prevenção.

Queremos atirar primeiro e perguntar depois

Logo, legitimamos toda a ação de repressão excessiva que se faça sobre aqueles que consideramos suspeitos. Quem propor a agressão como prevenção passa a ter o apoio da população amedrontada.

Será que este medo que tanto é propagado realmente existe na proporção que é apresentado? O quanto da agressão que viraliza é expressa em números relativos à população? Será que a quantidade de imagens que são visualizadas nos meios de comunicação colabora para uma visão distorcida sobre a realidade da violência?

Mais uma vez é preciso conhecer antes de agir

Precisamos ser mais atentos a proporção real dos problemas. Ter mais cautela ao tratarmos do tema e incorporarmos o medo. Teríamos uma discussão mais sóbria se buscássemos informações mais precisas do que as fantasiosas que atravessa os nossos olhos todos os dias.

Por isso, em vez de difundirmos uma histeria generalizada, seria saudável que educássemos as pessoas da melhor forma possível. Demonstrássemos a necessidade de ações que atingissem o núcleo do problema da violência apresentado na proporção que realmente tem.

Ainda mais agora, em tempos de eleição, seria minimamente honesto por parte dos candidatos que agissem de maneira coerente e contribuíssem para uma solução e não para o agravamento da convivência agressiva.

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