O secretário de Saúde de Maringá, Jair Biatto, disse não ter falado em nenhum momento a palavra ‘superfaturamento’ durante a participação dele na sessão de quinta-feira (21), na Câmara de Vereadores. Em entrevista coletiva no Paço Municipal, na tarde desta sexta-feira (22), ele explicou o que quis dizer quando afirmou que o poder público compra produtos até três vezes mais caros. Segundo Biatto, a razão disso é a burocracia e, no caso da pandemia, o aumento da procura por produtos de saúde. De fato, ao longo da fala dele na Câmara de Vereadores, em nenhum momento foi usado o termo ‘superfaturado’ ou algo relativo.
A coletiva foi acompanhada por secretários municipais e vereadores, na Sala de Reuniões do Paço Municipal, e foi motivada após a repercussão negativa de uma declaração de Jair Biatto feita aos parlamentares.
O secretário de Saúde apresentou exemplos durante a coletiva. Em uma deles, mostrou a diferença de valor de uma máscara cirúrgica. Em janeiro, custava R$ 0,47. Em maio, R$ 1,75. No caso de um remédio específico, foi comprado no ano passado por R$ 3,55. Agora, custa R$ 6,02.
Na quinta-feira, Biatto falou que é comum a prefeitura pagar mais caro por um produto.
A afirmação foi criticada por alguns vereadores e pelo Observatório Social de Maringá. Na manhã desta sexta-feira (22), o prefeito Ulisses Maia (PDS) disse que a alta nos preços poderia ser indício de cartel na saúde. O secretário falou, durante a coletiva, que são os órgãos de controle que devem afirmar se há ou não cartel na cidade.
Em relação aos comentários sobre superfaturamento, Jair Biatto disse que as pessoas entendem como querem.
Em meio à pandemia do coronavírus, a Secretaria de Saúde tem sido alvo de críticas. Além disso, tem havido licitações desertas. Ou seja: empresas optam ou por não ofertar ao poder público ou não entram no processo por não dispor do produto solicitado.