No final de março, a temperatura entre a Prefeitura de Maringá e a Câmara de Vereadores aumentou. À época, em entrevista à CBN, o presidente da Casa, Mário Hossokawa (PP) disse que o prefeito Ulisses Maia (PSD) não ouvia os vereadores em relação aos decretos assinados para conter o coronavírus. Maia negou, mas afirmou que continuaria seguindo decisões técnicas.
No dia 07 de abril, um áudio vazado do presidente Mário Hossokawa trazia críticas aos prefeito. Mais uma vez, ele dizia faltar diálogo com Ulisses Maia.
Reuniões foram feitas e os ânimos, acalmados.
Agora, quase duas semanas depois, o presidente da Câmara diz que foi até bom o vazamento. Devido a ele, o prefeito tem chamado os parlamentares para participar de decisões.
Em meio à pandemia, os vereadores têm obtido mais espaço em Maringá. Mário Hossokawa, por exemplo, protocolou pedido de reabertura do comércio, solicitando que feiras livres, despachantes e outros segmentos voltassem a funcionar. A CBN apurou que ao menos parte da solicitação deve ser atendida.
Aliás, a Câmara também obteve espaço com o vereador William Gentil (PSB), indicado para compor um grupo de acompanhamento para as decisões do município em relação ao coronavírus.
Outro destaque obtido pela Câmara de Maringá, mais especificamente por meio do vereador Jean Marques (Podemos) foi a suspensão do toque de recolher. Marques, que é advogado e procurador municipal licenciado, entrou com o pedido na Justiça, que acatou e determinou o fim do toque na cidade.
Emboras costumeiramente fale que não há qualquer problema entre Executivo e Legislativo, o prefeito Ulisses Maia viu medidas serem tomadas antes mesmo de conversas entre as partes. Uma delas foi um projeto de lei, já sancionado, que suspendeu o pagamento de tributos por um período. A CBN trouxe reportagem falando que havia uma preocupação devido ao fato de não ter havido indicação de onde o município conseguiria dinheiro para tocar o dia a dia.