Militar de formação e tendo exercido a chefatura da polícia no Estado durante o governo de Bento Munhoz da Rocha, seu cunhado, Ney Braga projetara-se na política estadual ao ser eleito prefeito de Curitiba em 1954. Em 1958, foi eleito deputado federal. Em 1960, disputou o cargo de governador, em certame equilibrado, com os candidatos Nelson Maculan (PTB) e Plínio Costa (PSD).
Impulsionado pelo excelente desempenho nas eleições legislativas de 1958, o PTB paranaense viveu a expectativa de contar, desta vez, com a promissora candidatura de seu principal líder, o senador Souza Naves. Um infarto fulminante, porém, tirou a vida de Souza Naves em dezembro de 1959. Nelson Maculan assumiu a cadeira de Souza Naves no senado e foi ungido candidato pelos trabalhistas.
Como explicou o historiador Alessandro Battistela, o PSD veio dividido para o certame, uma vez que o candidato do governador foi derrotado, na convenção, por Plínio Franco da Rocha. O candidato não teve o apoio de todo o partido. Por seu turno, sem apresentar candidato próprio, a UDN formalizou apoio a Ney Braga. A disputa principal ficou entre Ney Braga e Maculan.
Conforme mapeamento de Alessandro Battistela, o jogo de forças dos apoios foi assim distribuído: “Ney Braga contou com o apoio da maior parte da UDN, de parte do PR, de setores da Igreja católica e de grupos empresariais e ruralistas de diversas regiões do estado, ao passo que Nelson Maculan foi apoiado pelo ex-governador Bento Munhoz da Rocha Neto, pelos udenistas do Norte, por parte do PSP, pela dissidência do PSD e pelo PCB paranaense”. Os melhores resultados de Maculan ocorreram em Londrina, sua base eleitoral, e na região oeste e sudoeste, onde o PTB era forte. Nas demais regiões do estado, Ney Braga prevaleceu.
As urnas registraram os seguintes números: Ney Braga (PDC/PL) – 253.552 (37,69%); Nelson Maculan (PTB) 225.589 (33,53%); Plinio Costa (PSD) 193.613 (28,78%).
Cabe adicionar que, em 1965, Ney Braga renunciou ao governo estadual para assumir, em 19 de novembro de 1965, o Ministério da Agricultura do governo do Marechal Castelo Branco. Desde 1964, havia sido instituído o cargo de vice-governador, que foi assumido por Afonso Camargo, eleito pela Assembleia Legislativa. Camargo, porém, renunciou ao cargo em 1965, após romper com Ney Braga. Com a renúncia de Braga, o governo foi assumido, por apenas três dias, pelo deputado Antônio Ruppel, até que a Assembleia Legislativa elegesse o engenheiro Algacir Guimarães para concluir o mandato.
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