Derrotado por Lupion no certame anterior, Bento Munhoz da Rocha assimilou as lições e, liderando a oposição, definiu uma estratégia que pudesse ser vitoriosa em 1950. A campanha oposicionista procurou fragilizar o prestígio do governador por meio de um contundente discurso de moralização da máquina pública, no diapasão que a UDN, partido do qual Bento Munhoz da Rocha era egresso e com o qual se aliara, fazia no âmbito nacional. Outro fator foi a constituição de uma ampla coligação para sustentar a sua candidatura. Conforme o historiador Alessandro Battistella, “além do discurso moralista, a esmagadora vitória de Bento deve-se principalmente à União das forças antilupionistas, que aglutinou diversos partidos (PR, UDN/PRP/PL/PST), além de uma fração significativa do PTB e de uma ala dissidente do PSD”.
O resultado final é o seguinte:
Bento Munhoz da Rocha - PR - 172.638 - 67,11
Angelo Ferrário Lopes - PSD - 84.413 - 32,81
Carlos Osório - PSB- 210 - 0,08
Portanto, Bento Munhoz da Rocha obteve vitória maiúscula, perfazendo 2/3 (dois terços) dos votos válidos.
Em contraste com o certame anterior, dois fatos se destacaram na estratégia de Bento Munhoz da Rocha e nos resultados das urnas. Primeiro, em 1947 ele enfrentou uma poderosa coligação dos principais partidos nacionais; em 1950, ele obteve o apoio da legenda ou das frações desses partidos nacionais. Segundo, em 1947, seu melhor desempenho ficou insulado na região de Curitiba; em 1950, venceu por expressiva diferença em todas as regiões do estado. Para complementar, na disputa ao senado, foi eleito o candidato Othon Mader, da UDN, outro revés do governador Lupion.
Cabe adicionar que Bento Munhoz não concluiu o seu período de mandato. Em 2 de abril de 1955, renunciou ao governo com a intenção de ocupar uma posição destacada na política nacional. Consta que aspirava a ser candidato a presidente da República por seu partido ou a vice-presidente na chapa que seria liderada pelo general Juarez Távora, da UDN. Impasses verificados na viabilização desses caminhos impuseram, porém, uma mudança de rumo. Dessa forma, Bento Munhoz da Rocha foi nomeado ministro da Agricultura do presidente Café Filho em maio de 1955, cargo que exerceu até novembro daquele ano.
Com a desincompatibilização de Bento Munhoz, o governo do Paraná foi assumido interinamente pelo deputado Antônio Anibelli, até que a Assembleia Legislativa elegesse o advogado Adolfo de Oliveira Franco para concluir o mandato por ele iniciado.
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