Foto|: Reprodução/YouTube CBN Maringá

Em entrevista na tarde desta quinta-feira (5/1) ao CBN Rural, o engenheiro agrônomo Xico Graziano, um dos maiores conhecedores do agronegócio brasileiro, disse que ao recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário, desmembrando-o do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa), o governo do presidente Lula mostrou ter uma visão retrógrada do setor. “O governo tem legitimidade para criar o que quiser, mas é uma ideia obsoleta”, disse, lembrando que hoje em dia a terra não é o mais importante e, sim, a tecnologia utilizada para produzir – e é preciso desenvolver mercado e ser competitivo.

Na visão dele, a divisão do Ministério em três áreas – a outra é da Pesca – pode acabar gerando discursos antagônicos e prejudiciais à imagem do segmento que responde por 27% do PIB, metade das exportações do país e por cerca de 19 milhões de empregos diretos e indiretos.

Graziano disse, por outro lado, ter gostado da afirmativa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de que será combatido o desmatamento ilegal na Amazônia. “A Amazônia está sendo destruída por bandidos e não por agricultores que trabalham e produzem alimentos”. Segundo ele, a imagem do agronegócio brasileiro acaba sendo afetada, de qualquer forma, havendo até mesmo a possibilidade de a Europa, por exemplo, impor restrições à importação de produtos agropecuários brasileiros.

Ao ser indagado se poderá avançar o projeto do presidente Lula de criar uma moeda única no Mercosul, como se tem falado, Graziano disse que isto “não passa de pataquada”, havendo muitas outras prioridades.

Na entrevista que concedeu ao jornalista Rogério Recco, sob o acompanhamento do âncora Gilson Aguiar, que também participou, Graziano falou também sobre como imagina que será a relação política do governo com o setor e outros assuntos.

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