Com renda e formação, elas também são agredidas
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Opinião

Com renda e formação, elas também são agredidas

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 28/02/2023 - 08:40

Na obra “Indicador de violência contra a mulher”, que está ligado a um software com o mesmo nome, há uma análise profunda dos fatores que levam a violência de gênero. O trabalho tem o selo ODS e pode ser acessado no site www.violênciacontramulher.psc.br.

O trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa realizada com 679 correspondentes. O trabalho buscou diagnosticar as mulheres que são vítimas de violência, e os números são impressionantes.

A pesquisa é resultado de uma validação de instrumento de levantamento de violência desenvolvido pela Unicamp e que se destina ao desenvolvimento de um software para detectar a possibilidade de violência. Ele pode ser acessado no site que indicamos acima. Desta forma, as mulheres que respondem o questionário poderão saber se se classificação nos diferentes graus estabelecidos pelo aplicativo, “atenção”, “observação” e “perigo”.

O levantamento demonstrou que do universo de mulheres onde o questionário foi aplicado, 65% das mulheres sofreram algum tipo de violência. As mulheres pesquisadas têm domicílio em diversos estados brasileiros, mas com uma concentração em São Paulo e Paraná, 49,9%.

Outros dados que fogem ao padrão que consideramos como perfil predominante das mulheres que são vítima de violência. 56,7% são mulheres com idade entre 39 e 49 anos, as mulheres brancas são a maioria das vítimas, 63,8%. 81,59% têm ensino superior e 84,09 tem renda própria.

Claro que temos que considerar que diante do perfil nacional que se apresenta a violência as mulheres pretas e pardas são a maioria das vítimas de violência no Brasil. Segundo o Instituto Igarepé, 67% dos feminicídios as vítimas são mulheres pretas e pardas. Os dados são de 2020.

Os dados que têm como fonte as pesquisas que abrangem toda a população acabam por apresentar dados diferentes do levantamento do Software Indicador de Violência Contra a Mulher. Porém, a ferramenta foi acessada por mulheres que tiveram oportunidade de responder ao questionário. Logo, é preciso aumentar este acesso.

Ferramentas como essa, demonstram que a violência contra a mulher não é uma questão de baixa renda e escolaridade. Não é uma questão só racial. Também entre as mulheres de melhor renda e escolaridade esta cultura existe. É preciso denunciar.

Por isso, se você for mulher, acesse o site: www.violenciacontramulher.psc.br/ e acesse e responda o questionário

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