No intervalo que separa a sua volta ao Palácio do Iguaçu de seu mandato anterior como governador, Ney Braga fora ministro da Agricultura, senador da República e ministro da Educação.
Na segunda metade da gestão presidencial do general Ernesto Geisel, Ney Braga teve seu nome cogitado como eventual candidato oficial a presidente, mas essa hipótese não se confirmou, pois o ungido foi o general João Batista Figueiredo.
Em compensação, seu nome foi o primeiro a ser confirmado pelo Palácio do Planalto, em abril de 1978, para compor o novo elenco de governadores. Depois faltava apenas o rito da homologação pela Assembleia Legislativa.
Em 1978, porém, os ritos da eleição indireta eram confrontados pela ascensão do MDB e pela rearticulação da sociedade civil. A sociedade civil apresentava pautas de efetiva redemocratização, reivindicando reforma no sistema partidário para a reinstituição do pluripartidarismo, anistia, eleições livres e soberanas a todos os cargos e, acima de tudo, uma Assembleia Nacional Constituinte.
Na ausência da eleição direta para governador e para presidente da República, a eleição ao senado, a única eleição majoritária de repercussão na política nacional, concentrava as atenções.
Para impedir o crescimento da oposição, por meio do pacote de abril de 1977, o presidente Geisel havia imposto que um dos três senadores a que cada estado tinha direito seria eleito pelo rito do voto indireto, como ocorria na definição de governador e presidente. Por isso, apenas uma das duas vagas que seriam preenchidas em 1978 foi submetida ao voto direto.
Na disputa ao senado, a Arena apresentou a candidatura do deputado federal Túlio Vargas, que também exercera a titularidade da Secretaria da Justiça. O MDB apresentou dois candidatos, José Richa, ex-prefeito de Londrina, e Enéas Farias.
A legislação estabelecia que o titular da vaga seria o candidato mais bem votado da legenda partidária que fizesse mais votos. Desta forma, embora Túlio Vargas fosse individualmente o mais bem votado, o eleito foi José Richa, pois a soma de seus votos com os votos de Enéas Farias garantia ao MDB um total superior aos votos da Arena. A outra vaga foi assumida por Afonso Camargo Neto, da Arena, ungido por meio do voto indireto do colégio eleitoral.
As eleições de 1978 foram as últimas regidas pelo bipartidarismo estabelecido, depois de 1965, por efeito do Ato Institucional n. 2. Foi a última vez, também, que o governador foi sufragado pelo rito do voto indireto. Em 1982, ocorreriam eleições diretas a governador, regidas por um sistema pluripartidário.