Aplicativo que mapeia desfibriladores pode ajudar a salvar vidas
Imagem Ilustrativa | Foto: DC Studio/Freepik

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Aplicativo que mapeia desfibriladores pode ajudar a salvar vidas

Saúde por Brenda Caramaschi em 08/03/2024 - 08:57

O aplicativo que mapeia desfibriladores em uma região pode ser decisivo no atendimento a pessoas em parada respiratória. Mas para que mais vidas sejam salvas, é preciso aumentar a quantidade de aparelhos pela cidade: Maringá tem apenas 5 desfibriladores externos automáticos ativos, mesmo havendo lei que obriga a presença do aparelho em lugares públicos e com grande concentração de pessoas.

No Brasil, apenas sete em cada 100 pessoas que sofrem parada cardiorrespiratória (PCR) fora do hospital conseguem sobreviver. Dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) apontam que, somente no ano de 2022, Maringá teve 113 casos de PCR fora do ambiente hospitalar. Nessas situações, a chance de sobrevivência cai até 10% a cada minuto sem socorro, e a morte cerebral pode ocorrer entre quatro e seis minutos após a parada cardíaca.

Maringá conta com três estações de ambulâncias, mas o tempo médio de resposta do Samu é de 14 a 16 minutos. O valor supera o limite de 8 minutos estabelecido pela Organização Mundial da Saúde. Conforme pesquisas, o tempo de espera para o primeiro socorro em caso de PCR deveria ser de, no máximo, cinco minutos. Pensando nessa situação, o “Programa de desfibrilação precoce a vítimas de PCR extra-hospitalar”, da Universidade Estadual de Maringá, desenvolveu um aplicativo que mapeia os locais com Desfibriladores Externos Automáticos (DEA) e indica ao usuário qual o aparelho mais próximo.

Esses dispositivos são essenciais para a sobrevivência de vítimas de parada cardiorrespiratória fora do hospital. A iniciativa tem coordenação do professor do Departamento de Medicina da UEM, Luciano de Andrade, e colaboração da docente do Departamento de Informática, Heloise Manica Paris Teixeira. Também participam acadêmicos dos cursos de Medicina e Ciência da Computação, pós-graduandos em Ciências da Saúde e um profissional egresso da UEM, que totalizam sete membros ativos do projeto. O aplicativo denominado “Local DEA” já está em funcionamento. Além de indicar a rota entre o DEA mais próximo e o usuário, o sistema também mapeia os hospitais e estações de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O app ainda traz orientações para o uso do desfibrilador e um guia com técnicas de ressuscitação cardiopulmonar, bem como contatos dos serviços de emergência. Após a implantação de mais desfibriladores desse tipo pela cidade, a Universidade pretende ceder o uso do aplicativo, de forma gratuita, aos serviços públicos municipais e à população em geral. A intenção é tornar Maringá a primeira cidade do Brasil com um programa de desfibrilação precoce com foco no atendimento rápido a PCRs fora do ambiente hospitalar, como explica o professor Luciano Andrade, coordenador geral da iniciativa. [ouça o áudio acima]

Vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), o projeto surgiu com foco na criação do aplicativo de geolocalização. No entanto, durante o desenvolvimento do “Local DEA”, um trabalho de mapeamento revelou que, atualmente, há apenas cinco desfibriladores externos automáticos ativos na região urbana de Maringá, quatro deles em shopping centers. O baixo número de dispositivos existentes na cidade levou o projeto a expandir a área de atuação.

Os pesquisadores se dedicaram a propor locais da área urbana de Maringá onde devem ser implantados novos DEAs. Segundo a pesquisa, seriam necessários mais 68 aparelhos espalhados pela cidade, para cumprir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e atender aos mais de 240 mil maringaenses que vivem em regiões onde a chegada de ambulâncias pode superar cinco minutos de espera. [ouça o áudio acima] 

Com assessoria.

Divulgação/UEM
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