Opinião
O comentário de Gilson Aguiar
Aparato legal tem ligação com a ilegalidade?
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 20/10/2023 - 07:40Sim, dentro do quartel
Em Barueri, na grande São Paulo, um quartel viu “desaparecer” 21 metralhadoras, 13 delas, 0,50. As armas podem alimentar o crime organizado. Mas, quem estaria por de trás do roubo das armas.
500 militares ficaram aquartelados para que se investigasse quem seriam os responsáveis pelo desaparecimento das armas. Afinal, há dentro do agrupamento alguém ou alguns que estão compactuando com o comércio ilegal de armas.
O mais assustador deste fato, que foi notificado na última terça-feira, é que dentro das forças armadas há pessoas ligadas ao crime. Onde se espera segurança, proteção, cumprimento da lei, há aquele que está compactuando com a violência e se aliando a criminosos.
A relação entre fardados e traficantes não é nova
Por mais que o fato abale, a questão não é nova. O envolvimento de militares com o crime já foi detectado muitas vezes. Dentro da Polícia Miliar inúmeros casos já foram relatados nos meios de comunicação de envolvimento de PMs com o crime.
O que causa espanto agora é que se trata de um quartel do Exército. Instituição que tem para muitos a imagem de seriedade, de cumprimento da ordem, de disciplina, de legalidade absoluta.
O que se pode tirar de lição é que a violência não pode ser entendida como algo simples, uma luta entre bandidos e mocinhos. Ela é algo maior, é uma rede de complexidade que se expressa em fatos como esse do roubo das metralhadoras, mas envolve um número imenso de elementos que passam por debaixo do tapete dos noticiários.
É importante resistir e não se iludir
Não devemos aceitar que membros da Forças Armadas estejam envolvidos com o crime, isso é fundamental. Agora, ficarmos espantados porque há militares do exército envolvido com criminosos, bom, nisso há um certo exagero. Já era de se esperar.
Bom ficar atento. Há outros lugares onde o crime organizado também tem seus braços e abraça instituições que parecem distantes deste relacionamento. Em determinados espaços urbanos há o controle das organizações criminosas sobre empresas, instituições e mesmo templos religiosos.
Na política, nas relações de mando, no financiamento de campanhas de homens públicos esta prática é mais comum do que se pensa. Arregimentar o voto da população do morro e ter deles o apoio a determinados candidatos que favorecem as ações criminosas ou defendem os interesses do crime não é novidade. Matar opositores também não.
Logo, na ponta deste iceberg que estamos vendo há uma sustentação imensa. E, se um dia pudermos ver, nos surpreenderíamos com a quantidade de elementos que consideramos acima de qualquer suspeita envolvidos com a violência.
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