De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que de HIV, malária ou câncer de mama, ou mesmo em guerras ou homicídios. Pode ocorrer em todas as classes sociais e idades. Sabe-se que praticamente 100% dos casos estavam relacionados às doenças mentais. A região Sul apresenta as maiores taxas de suicídio do Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
A campanha Setembro Amarelo, que é internacional, foi criada para tentar salvar essas vidas. Em Maringá, uma palestra no Auditório Hélio Moreira com o psiquiatra Cleto Rocha Pombo marcou o início das ações promovidas pelo município. Com o tema “Vencendo a depressão e resgatando vidas”, o médico deu algumas dicas para ficar atento a sinais que podem passar despercebidos ou serem subestimados. Ele alerta que o ato de tirar a própria vida raramente é repentino, mas vem de uma ideia que é nutrida por um sofrimento intenso, que nem sempre é notado. [ouça o áudio acima]
O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O objetivo das atividades desenvolvidas durante o mês é promover o diálogo sobre medidas de prevenção em saúde mental, já que o tema ainda é visto como tabu. Em 2023, o lema da campanha é “Se precisar, peça ajuda!”. Mas para quem está fragilizado, o pedido de ajuda muitas vezes é sutil e, em outras, nem tem forças para ser verbalizado. Isso porque quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Por isso, estar atento ao outro é essencial na luta pela vida, reforça o Secretário de Saúde, Clóvis Melo. [ouça o áudio acima]
Mas para ajudar o outro é preciso ter uma escuta ativa e sem julgamentos. Com esse foco, em junho, o município lançou o projeto “Zoeira tem Limite”, para acolhimento psicológico gratuito de jovens estudantes da rede estadual vítimas de bullying. Falar sobre o que nos aflige é tão importante quanto procurar ajuda especializada. O secretário de Saúde de Maringá diz que a porta de entrada para a Rede de Atenção Psicossocial são as Unidades Básicas de Saúde. [ouça o áudio acima]
Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) também são referência para o tratamento, sendo divididos em Infantojuvenil, inclusive para crianças e adolescentes que fazem uso de drogas, Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (Caps AD), que oferece tratamento aos adultos, o Caps Canção, para atendimento a pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e o Caps III, que tem leitos de acolhimento de curta permanência. Há ainda serviços de emergência psiquiátrica no Hospital Municipal que funcionam 24 horas. Ao longo de todo o mês a Prefeitura vai desenvolver uma série de ações nas UBSs e escolas para falar sobre saúde mental e prevenção ao suicídio.
Confira a programação do ′Setembro Amarelo′:
(Dia 12 de setembro) - Palestra com a psicóloga Maressa Vieira França sobre o tema ′Setembro Amarelo - Construindo o sentido da vida′
Horário: 15h
Local: Auditório da Secretaria de Saúde
(Dias 14, 21 e 28 de setembro) - Bate-papo com pacientes sobre promoção da saúde mental e acesso aos serviços
Horário: 15h
Local: UBS Pinheiros
(Dia 15 de setembro) - Orientações e panfletagem sobre serviços de saúde
Horário: 8h
Local: UBS Cidade Alta
(Dias 25 até 29 de setembro) - ′Zoeira tem Limite′ - Ciclo de palestras em colégios estaduais sobre bullying e prevenção ao suícídio
(Dia 29 de setembro) - Conferência Municipal de Juventude - Debate sobre temas como bullying, prevenção ao suícidio, ODS e políticas públicas de juventude para promoção do bem-estar
Horário: 8h às 17h
Local: Auditório Hélio Moreira
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