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A terra viverá sem nós
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 15/11/2023 - 08:00
O fim é nosso e não do mundo
O planeta está agonizando ou os seres humanos estão vivendo a autodestruição? Considero que a segunda opção é mais evidente do que a primeira. Estamos construindo nossa morte ao afetar os meios que nos mantém vivos.
A Terra tem 4 bilhões e seiscentos milhões de anos. Ela já estava aqui bem antes de nossa existência, que é de pouco mais de 200 mil anos. Somos o último segundo em um tempo de 24 horas.
Mesmo chegando bem depois e tendo uma existência insignificante em relação a longa duração do planeta, nós conseguimos em 250 anos, um quase nada no tempo geológico, alterar mais da metade do ambiente planetário. O resto recebe os efeitos.
O planeta vive uma transformação que ameaça a vida na terra, isto e fato. O aquecimento global é uma condição criada por fatores diversos, não é só a ação humana. Porém, ela é decisiva.
Desde a Revolução Industrial (1750) nossa condição de predadores da natureza se acentuou. A ocidentalização é vista por alguns teóricos como a expressão da capacidade predatória da espécie humana.
Há salvação? Depende de nós
Não há dúvida de que a racionalidade científica e os avanços tecnológicos demonstram o potencial humano, seja para preservar ou para destruir.
Edgar Morin, antropólogo francês e um dos principais pensadores da atualidade afirma a necessidade de termos uma consciência planetária. Precisamos, segundo Morin, de termos alteridade. Conhecermos mais aqueles que habitam a terra.
Para isso, ele considera que temos que ter uma consciência planetária. Precisamos, para o antropólogo, assumi nossa carteira de identidade terrestre. Preservar o nosso habitat e garantir a nossa existência e das gerações futuras.
Para ele, a ética é a ação necessária de fazer pela vida incondicionalmente. Preservar a condição de viver.
Logo, não podemos esquecer o que falamos no início deste texto, a Terra tem um tempo maior de existência e ela irá sobreviver bem melhor quando desaparecermos. Somos um fungo que lhe altera a vida, mas não viveremos muito e as cicatrizes da presença humana serão a única lembrança no ambiente planetário.
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