A história do Maringaense que nasceu, trabalhou e morreu em um avião
Foto: extraída de 'Portal GMC Online'

Vaspeano

A história do Maringaense que nasceu, trabalhou e morreu em um avião

Cidade por Portal GMC Online em 07/02/2020 - 15:24

Ele nasceu, viveu e morreu dentro de um avião. Esta história singular é do maringaense Miguel Vaspeano Lepeco, que ganhou esse nome justamente porque nasceu a bordo de um avião da Vasp, em 1957.

Grávida, a mãe dele começou a sentir as dores do parto e enquanto o avião sobrevoava Maringá, o filho acabou vindo ao mundo, sendo concebido ali mesmo, com a ajuda de quem ocupava a aeronave. A intenção era fazer o parto em um hospital de Curitiba, mas não deu tempo.

O comandante do voo foi convidado para ser padrinho do bebê e foi ele quem pediu à família para darem à criança o nome de Vaspeano..

Coincidência ou destino, o sonho de Vaspeano sempre foi ser piloto de avião, conforme lembra a filha, Andréa Lepeco.

“As histórias dele eram sempre sobre os voos que ele fazia, as coisas que aconteciam no ar, os problemas e as soluções rápidas que ele encontrava”, disse em entrevista ao GMC Online.

Vaspeano passou a vida todo trabalhando entre as nuvens. Foi, a maior parte da vida, piloto de garimpo. Gostava da liberdade de voar sozinho, não se interessando muito pela aviação comercial.

O trabalho exigiu que a família de Vaspeano morasse em diversos lugares: São Paulo, Curitiba, Manaus, entre outros lugares. “Muitas vezes ele levava a gente para andar de avião, quando o patrão deixava”, recorda Andréa.

Ela diz que o pai passou por vários perrengues, como pousos de emergência, mas nunca tinha tido um acidente aéreo, a não ser o que tirou a vida dele.

Em 13 de maio de 2010, aos 52 anos, Vaspeano pilotava um bimotor Sêneca, da empresa de táxi aéreo pela qual estava trabalhando, quando a aeronave caiu em Manaus e todos os seis ocupantes morreram.

“O voo foi fretado para transportar funcionários da Secretaria de Educação de Manaus. Meu pai reportou falha elétrica para torre, avisou que estava voltando, mas no que ele tentou retornar para fazer o pouso, o terreno era muito acidentado e não deu. A aeronave acabou caindo ao lado de um colégio e a poucos metros de algumas casas”, detalha Andréa.

A investigação do acidente apontou problema de sobrepeso e peças danificadas.

“O que aprendi com tudo isso é que aviação não é um sonho, é um dom e meu pai tinha esse dom”, finaliza.

 

Por: Nailena Faian/GMC Online

 

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