Olá, pessoal, nossa máquina do tempo chega à estação final, a eleição de 2016, vencida pelo atual prefeito, Ulisses Maia.
Em 2016, novamente candidato pelo PP, o ex-prefeito Silvio Barros se apresentou para a sucessão do prefeito Carlos Roberto Pupin, seu aliado e ex-vice-prefeito, contando com o suporte do mais sólido grupo político da história do município, que havia constituído um ciclo de 12 anos à frente da prefeitura. Acima de tudo, Silvio Barros, um dos prefeitos mais bem-sucedidos da história local, contava com seu próprio prestígio pessoal e com alta taxa de intenção de votos. Era visto como franco favorito, com potencial de liquidar a fatura já no primeiro turno. Mas não foi isso que aconteceu.
Para interromper esse ciclo de poder, inscreveram-se os seguintes candidatos: Wilson Quinteiro (PSB), Ulisses Maia (PDT), Humberto Henrique (PT), Flavio Vicente (Rede), Nilson Américo (PSOL), Priscila Guedes (PSTU) e Herculano Ferreira (PT do B).
Nas três eleições anteriores, o partido progressista havia duelado e vencido as disputas com o PT. Em 2016, apesar da credibilidade do vereador Humberto Henrique, o PT vinha fragilizado e sem força para fazer frente ao tradicional adversário.
Na dinâmica da campanha, a disputa por uma vaga em um eventual segundo turno se concentrou nos candidatos Wilson Quinteiro, terceiro colocado nas duas últimas eleições, e Ulisses Maia.
Embora houvesse integrado o grupo político do Partido Progressista e sido eleito vereador por essa legenda, ao longo do mandato na Câmara Municipal, Ulisses Maia começou um voo próprio para ser candidato a prefeito. Na presidência da Câmara, havia bancado a aprovação do vale-alimentação aos servidores municipais e liderado a quebra do veto do prefeito a essa matéria.
Na reta final, contando com o presumido apoio do funcionalismo público e com suas boas performances nos debates entre os candidatos, Ulisses Maia se desgarrou e chegou ao final do primeiro turno com viés de alta, obtendo 28% dos votos, contra 21% de Quinteiro. Como previsto, a liderança coube a Silvio Barros, que fechou o turno com 40% dos votos válidos.
Apesar de Silvio Barros fechar o primeiro turno com vantagem significativa, a curva de crescimento de Ulisses Maia o levou ao primeiro lugar na intenção de votos já no início do segundo turno. O sintoma mais claro de sua vantagem foi o tom da campanha adversária. Acostumada a enfrentar e ter vantagem na disputa com o Partido dos Trabalhadores e aproveitando o desgaste dessa legenda, a campanha do Partido Progressista tentou, insistentemente, vincular Ulisses Maia ao PT, mas não deu certo.
Na prática, durante o primeiro e o segundo turno, a campanha do PP se manteve na mesma margem de votos, cerca de 40% do eleitorado. Salvo melhor juízo, o longo ciclo de poder entrou em fase de exaustão, inspirando o desejo de mudança no eleitorado. Ulisses Maia canalizou esse desejo e atraiu 91% dos votos agregados aos candidatos no segundo turno. No final, Ulisses Maia, acompanhado de seu vice, o professor Edson Scabora, foi eleito com 59% dos votos válidos.