Em 2014, um decreto municipal tornou utilidade pública uma área de 300 alqueires ao redor do Aeroporto Regional Silvio Name. Era o início de um projeto ambicioso: a instalação do Polo Aeronáutico de Maringá. Mas de lá para cá nenhuma indústria do setor se instalou no local. Os donos dos lotes ficaram com o patrimônio parado.
A CBN conversou com uma proprietária de terras. Ela não gravou entrevista, mas disse que a família espera uma definição da prefeitura porque desde o decreto de interesse público com vias de desapropriação a propriedade acumula prejuízos. Ela disse que do outro lado do aeroporto um alqueire de terra já está valendo um milhão de reais. Esta semana um decreto municipal retirou o status de utilidade pública de parte da região e manteve a condição para 161 alqueires. O prefeito Ulisses Maia disse que é o suficiente para a expansão do aeroporto nos próximos 50 anos.
Mas o Codem, Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá, ao analisar a nova área de utilidade pública, percebeu que o terreno destinado à futura estação rodoferroviária tinha ficado de fora. O presidente do Codem, José Roberto Mattos, questionou a prefeitura.
Um novo decreto foi assinado para reverter a situação, preservando o terreno onde será a estação rodoferroviária. A informação foi confirmada nesta quinta-feira pelo superintendente do aeroporto, Fernando Rezende. A preocupação dos empresários é com o futuro daquela região. Luiz Fernando Ferraz era presidente do Codem quando o decreto original foi assinado.
O empresário Ariovaldo Costa Paulo diz que concorda com a liberação de áreas que não serão necessárias, mas preocupa-se com a finalidade a que serão destinadas.
O Plano Diretor está em processo de revisão. E com o decreto passará a se preocupar também com os mais de cem alqueires liberados no entorno do aeroporto. O presidente do IPPLAM, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá, Edson Cardoso, diz que o plano vai respeitar as restrições já determinadas, uma vez que a região está na faixa de segurança aeroportuária.
Enquanto isso, outros aeroportos tentam driblar obstáculos para aumentar a área do entorno. É o caso do aeroporto de Londrina. O prefeito de lá assinou este mês um decreto criando uma área de utilidade pública e ampliando a Zona Especial Aeroportuária, num total de 520 alqueires. A pretensão é participar do processo de privatização de aeroportos lançado pelo Governo Federal, mas em Londrina a dificuldade é que o entorno do aeroporto está ocupado por construções residenciais. Um erro lá do passado que tenta ser corrigido agora.