CBN Maringá

Os brasileiros estão condenados pela corrupção? 

Somos um povo com hábitos ruins, por isso, não poderemos superar determinados problemas que exigem retidão de caráter? Ou seja, um povo precisa ter princípios elevados para ser civilizado?

Meu caros, quem dera fosse fácil considerar que os seres de má índole são determinados pela sua natureza. Seria fácil classificar o mundo entre os bons e os maus considerando que o que determina as qualidades humanas são aspectos inatos. Os seres humanos são o que são pela sua natureza.

O bem e o mal são definições humanas. As qualidades de uma pessoa são definidas socialmente. Assim como, a conduta que as pessoas têm são estimuladas por este mesmo meio social que cria conceitos, determina princípios e estabelece normas. 

Sim, Durkheim está certo, o homem é fruto do seu meio. Condicionamos a particularidade do ambiente no qual ela cresce e tem o estímulo para certas práticas. A vida humana é uma construção das relações sociais e, desta forma, o bom e o mal que fazemos tem nele uma cumplicidade. 

Sendo assim, a corrupção cresce em terreno fértil socialmente. Há na prática da corrupção agentes, seres que confiam que podem ser bem sucedido agindo de maneira ilegal, corrupta, obscura. O desvio de conduta deseja chegar em um resultado e acredita que o atingirá. Porém, não aprendeu a prática por instinto.

Naturalizamos a corrupção, mas ela não é natural.

Quando estendemos a mão ao outro, agimos na confiança de que o outro fará a mesma coisa. Logo, a lógica com a corrupção é a mesma. Quem propõe corromper espera que aquele que está sendo convidado a se corromper responda positivamente. Logo, não estamos sós na corrupção. 

Por isso, combater a corrupção e estabelecer princípios e valores para se ter um comportamento ético é algo que se tem que cultuar. Limpar o terreno da “erva daninha” e demonstrar que em determinado lugar não é ambiente para o desvio de conduta. A tentativa de corromper tem que cair em um fracasso.

E não podemos esquecer que o exemplo vem de cima. Os olhares para se estimular a conduta vem de quem é o elemento determinante dentro das relações. Não por acaso, os pais dentro das famílias, líderes dentro das instituições. Somos a inspiração para muitos e nos inspiramos em tantos outros. A todo o momento estimulamos práticas e refutamos outras. 

Observe sua conduta, cuide para não fazer de seus atos um estímulo a  se corromper ou ser corrompido. Porque não é uma questão da natureza e sim das nossas escolhas na busca de atingirmos um determinado interesse. Uma escolha simples entre o princípio, a forma, ou o resultado. O que você vai escolher?

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