Gilson Aguiar: 'ideologia? Quem dera'
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Comentário

Gilson Aguiar: 'ideologia? Quem dera'

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 25/06/2018 - 07:59

Uma pesquisa feita com 288 professores de História de países do Mercosul (Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina) e do Chile, feita por dois professores brasileiros, Caroline Pacievitch (UFRS) e Luis Fernando Cerri (UEPG), demonstra a tendência de esquerda destes docentes. Segundo o levantamento, 84,5% dos professores de História brasileiros votam em siglas partidárias de esquerda ou centro-esquerda.

Na Argentina, o número é de 69,6%, país com menor índice de historiadores avermelhados. Quando se trata de professores de História uruguaios, a esquerda é unânime, o índice é de 100%. Até mesmo os docentes chilenos que ministram a disciplina de história são de esquerda, quem diria, 93,3%. No Paraguai o índice é idêntico ao dos argentinos, 69%.

Um levantamento feio pela Unesco, em 2006, mostra que 75,5% dos professores das áreas de humanas prefere a igualdade a liberdade. Ou seja, a maioria gostaria de ter a igualdade material em vez da liberdade de expressão. Se tivesse que escolher, é claro.

Contudo, na mesma pesquisa, se conclui que a tendência ideológica dos professores afeta muito pouco o trabalho em sala de aula. A maioria dos alunos não recebe influência da posição partidária dos docentes.

Mas qual a ameaça que esta formação de esquerda apresenta para a formação de nossas “pobres” e “ingênuas” crianças em sala de aula? Nenhuma. Afinal, o nosso maior problema não é a formação ideológica dos professores e sim a falta de conteúdo no ambiente de ensino. Por isso, em vez de ficarmos na perseguição ideológica aos ditos “comunistas”, se os professores são mais ou menos avermelhados, deveríamos nos preocupar com a qualidade do conteúdo que nossos filhos não têm. A falta de leitura, a dificuldade de compreensão e interpretação de textos básicos. Isto sim é assustador.

Os debates feitos nos parlamentos do país sobre a “escola sem partido” deveriam ser feitos por outro movimento, a “escola com conteúdo”. Temos que organizar um movimento que busque qualificar e cobrar qualificação docente, que remunere professores por competência. Muitos dos homens públicos que falam de educação não tiveram ensino de qualidade. Há entre parlamentares aqueles que fugiram da escola. Muitos representantes públicos são o maior exemplo de que faltou qualidade na educação. Se tivessem tido uma boa formação ideológica seriam políticos melhores, mas nem isso muitos têm.

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