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Excessos do poder público podem agravar a crise
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 08/04/2020 - 08:35Ontem áudios do presidente da câmara municipal de Maringá, Mário Hossokawa, se tornaram públicos. O líder do legislativo, em conversa com os demais parlamentares municipais demonstrava preocupação com a integridade, até mesmo física, do prefeito diante da tensão que se espalha na cidade.
Hossokawa fala de que senti um clima de tensão e insatisfação em relação às decisões do prefeito em conversa com lideranças e empresários da cidade. Argumenta de que o líder do executivo não escuta ninguém. Ulisses estaria intransigente e se nega a receber lideranças da cidade. O próprio presidente da câmara municipal reclama das ações de Ulisses Maia, de seu posicionamento.
O presidente do legislativo argumenta de que é preciso fazer alguma coisa, contudo, ao mesmo tempo, na sequência, diz que não se pode fazer nada já que o prefeito é que fez tudo até agora e assumir a frente da situação é um risco.
Se o clima está tenso é porque temos decisões tomadas sem o diálogo adequado. Há descontentamento. Claro que seria ingenuidade querer que todos ficassem satisfeitos em um momento como este, ninguém sairá ileso em sem perdas desta situação. Mas se pudermos amenizar prejuízos e demonstrar a capacidade de entendimento e transparência nos atos a crise pode ser atravessada com mais segurança ou pelo menos confiança.
Não se pode negar que o chefe do executivo municipal tem nas mãos o peso da decisão e as consequências e responsabilidade das medidas administrativas. Não por acaso o clima está tenso, como afirma Hossokawa. Porém, em uma democracia, tomar a decisão diante do diálogo e ponderação, apresentando números que demonstrem a real gravidade do problema, ceder quando necessário e buscar apoio para criar um plano de ação é demonstração de bom senso, maturidade e responsabilidade com a função representativa.
Diante da crise que estamos vivendo precisamos de diálogo. Não se pode eximir das obrigações, mas é importante não deixar a crise se aprofundar menos pela pandemia e mais pelo radicalismos ou anarquia dos atos. Temos que dividir o peso das decisões usando da democracia e dos mecanismos de representatividade, a câmara municipal é um deles, talvez o mais importante contraponto em relação ao poder executivo. Só assim as ações serão ao máximo coerentes em busca de uma solução para um problema que é de todos.
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