Episódio 20: 1982; A vitória de Said Ferreira
História das Eleições, com Reginaldo Dias

História das Eleições

Episódio 20: 1982; A vitória de Said Ferreira

Eleições 2024 por Reginaldo Dias em 06/09/2024 - 09:00

Olá pessoal, a nossa máquina do tempo hoje estaciona em 1982. Vamos falar da eleição que conduziu o médico Said Ferreira à prefeitura.

As eleições municipais de 1982 foram as primeiras realizadas a partir da reinstituição do sistema pluripartidário, mas também podem ser vistas como as últimas do sistema anterior, pois ainda tiveram uma lógica bipartidária. Em Maringá, a disputa foi polarizada pelos dois partidos que sucederam a Arena e o MDB, ou seja, pelo PDS e pelo PMDB.

Em 1982, também houve eleições para senador, deputados e governador. Neste último caso, era a primeira eleição desde 1965. Os dirigentes do governo federal promoveram a coincidência para tentar municipalizar o debate político e desviar a atenção dos graves problemas nacionais, acentuados pela crise econômica que assolava o país.

Para dificultar o caminho da oposição, houve severas restrições à propaganda eleitoral. Na televisão, o candidato podia apenas divulgar o currículo e exibir um slide com o seu rosto. Além disso, foi criada uma regra estranha, o voto vinculado. Sob a penalidade de anular o voto, o eleitor era obrigado a votar, de alto a baixo, em uma mesma legenda. Imaginava-se que isso favoreceria o partido governista e dificultaria a vida da oposição, dispersa em alguns partidos.

Na prática, beneficiou o PMDB. Visto pela população como o maior partido de oposição e o único em condições de derrotar o partido governista, o PMDB foi o beneficiário do chamado voto útil.

Nas campanhas a prefeito, ainda sobreviveu a sublegenda. O PDS lançou 3 chapas. Os candidatos a prefeito eram o deputado estadual Antônio Facci, o empresário Ademar Schiavone e o engenheiro e lendário pioneiro Aníbal Bianchini. O PMDB lançou duas chapas. Os candidatos a prefeito eram o advogado Horácio Raccanello e o médico Said Ferreira. O PTB teve como candidato o empresário Egídio Assmann. Por fim, o PT lançou o médico Nelson Aiex. A advogada Izaura Gonçalves, candidata a vice-prefeita pelo PT, foi a primeira mulher a disputar um cargo majoritário.

O prefeito João Paulino, que fizera um mandato realizador e bem avaliado, concorreu ao cargo de vice-governador. Com sua desincompatibilização, assumiu a titularidade do cargo de prefeito o seu vice, o engenheiro Sincler Sambatti.

Os candidatos do PDS gozavam de elevado conceito público, mas nadavam contra a correnteza. Por causa da situação nacional, o clima da campanha era francamente favorável à mística oposicionista do PMDB. Além disso, os seus dois candidatos a prefeito haviam sido bem votados na eleição anterior, ficando na segunda e na terceira colocação.

No final, por efeito do voto vinculado, nas urnas de Maringá o PMDB venceu o PDS em todos os cargos disputados (governador, senador, deputados, vereadores e prefeito) pela mesma margem de votos, cerca de 55% a 35%. Na votação nominal, o mais bem votado do PDS foi Anibal Bianchini, que obteve 15%. Horácio Racanello, do PMDB, foi o segundo colocado, com 22%. Said Ferreira, agora filiado ao PMDB, foi eleito prefeito com 32% dos votos nominais. O novo vice-prefeito era o vereador Noboru Yamamoto.

Acompanhe na CBN Maringá 'História das Eleições', com o historiador e professor Reginaldo Dias, de segunda à sexta, às 09h00 e às 14h40.


 

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