Ambiente de trabalho não pode ser frustrante
CBN Maringá

Opinião

Ambiente de trabalho não pode ser frustrante

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 16/05/2022 - 09:37

“Meter o pé na jaca”, uma coisa que muitas pessoas gostariam de fazer. Dar um fim em uma relação que nos causa mal. Quando este ambiente é o de trabalho, muitos já se imaginaram “chutando o balde”.  

Porém, nem todos tomam esta decisão. Há quem prefira preservar o emprego e ser mais resiliente, apesar da relação de trabalho ser, muitas vezes, insuportável. Uma certa esperança no amanhã. Porém, ser assim é um acerto ou erro?

Uma pesquisa feita pela Pin People, através da maior pesquisa de Employee Experience da América Latina, mostra que a relação das empresas com as diversas gerações e o ambiente de trabalho ajuda a colocar a relação profissional na “marca do pênalti”.

O levantamento foi feito com mais de 195 mil pessoas. Participaram colaboradores das gerações Y, X, Z e os baby boomers. Um levantamento feito desde o inboarding, a entrada da pessoa dentro da organização, até o offboarding, sua saída.

Quando tudo começa...

As empresas tendem a uma apresentação humanizada e demonstrando um futuro dentro do ambiente corporativo. Isto pode ter efeitos diferentes para cada geração que se candidata. Segundo a pesquisa, os mais jovens querem ascensão e liberdade dentro da empresa. Já os mais velhos querem afinar valores pessoais com os profissionais.

Dentro do ambiente de trabalho e na relação profissional, os mais jovens desejam liberdade de ação e reconhecimento. Desejam estar trabalhando em uma empresa empoderada, que lhe sirva de extensão de seu orgulho. Eles querem uma marca que lhes identifique.

Já os mais velhos desejam estabelecer uma relação duradoura, vínculos de valorização. A estabilidade para os baby boomers é fundamental. Não peça que eles abandonem seus valores pessoais pela empresa. Eles desejam que se aproximem e que isso não seja uma opção.

Estas expectativas nem sempre são alinhadas com o que a empresa deseja ou se dispõe a praticar. Muitas vezes, no início da relação entre corporação e colaboradores há uma “lua de mel” que aos poucos vai se desfazendo quando se nota que o ambiente de trabalho real não é o idealizado e propagado pela corporação.

Relações assim tendem a se desgastar mais rápido. Não por acaso que o processo de desligamento tem ocorrido em média com dois anos. E os mais jovens são os que saem primeiro.

Quando tudo acaba...

Por fim, o relacionamento dentro do ambiente do trabalho termina. Descontentamento a parte, já que um terço dos desligamentos são pedidos pelos colaboradores, o fim não é nem de perto o que foi o começo. A humanidade da admissão não está presente no desligamento. Ranhuras, formalidades excessivas e má impressão dominam o desligamento.

Se a empresa queria ocasionar uma impressão positiva que ficasse com os colaboradores que desligam, não é isso que acontece na maioria dos casos. Esta medida é demonstrada nos que indicariam a empresa para outra pessoa. Quem faz isso são os mais velhos, os baby boomers.

Relações imediatistas dominam empresas e pessoas. Queremos o máximo em menos tempo. Isso não é bom. As empresas têm uma visão de seu processo que não se realiza na prática e o limite de resiliência dos colaboradores é muito baixo. Principalmente dos mais jovens.

O que fazer?

Conhecer as pessoas e compreender a real cultura da empresa, esta é a resposta. Não adianta o idealismo de lado a lado, isso gera dupla frustração. Dentro do ambiente corporativo não se realiza o desejo expresso, vontade não é ação. Então, não tem como o resultado ser positivo da experiência de um colaborador no ambiente de trabalho.

Um estudo detalhado de como é conduzida as relações no ambiente corporativo é saber o que é necessário alterar para melhorar a experiência de todos é o ponto de partida. Depois, com treinamentos e reflexões sobre a cultura organizacional se dá ciência aos gestores e os colaboradores de quem são e como se relacionam na prática.

Depois disso, fica mais fácil estabelecer uma relação inboarding com mais sinceridade e fazer a jornada na empresa um engajamento constante. Mesmo quando temos o offboarding, a saída, ela não será dolorosa e pode trazer aprendizado. Claro, quanto mais sincera ela for.

 

 

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